Poucos são os imóveis tombados na Cidade de Maragogipe. Entre esses está aquele que marca de forma bem significante a história local: a Igreja Matriz de São Bartolomeu. O templo dedicado à devoção de São Bartolomeu é majestoso em todos os aspectos,
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Imagem em destaque
Panorâmica de Maragogipe
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
terça-feira, 27 de outubro de 2020
Lavagem e Terno da Mombaça
A lavagem “de rua” da Festa de São Bartolomeu desde muito longe sempre despertou muita atenção dos moradores de Maragogipe e das pessoas que para cá vinham como visitantes.
sábado, 24 de outubro de 2020
LEMBRANÇAS DE VELHOS BABAS DO PASSADO
Para Aristóteles, “a memória é uma fruição da imagem” e fatos vivenciados. Essa fruição é ampliada pela nossa reflexão e nos leva aos acontecimentos passados, nascendo daí a recordação. Fiz o curso ginasial no antigo “Simões Filho”.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Magrinho, magrinho
O tempo não para e por essa razão tudo está sujeito a se gastar ou envelhecer. Na década de 60, a imagem de São Bartolomeu, castigada pelo tempo, estava bastante desbotada e com sinais de envelhecimento, foi então que a população de Maragogipe,
TESOURO DE BREJÉU
A devoção de São Bartolomeu de Maragogipe já tem mais de três séculos e esse tempo tão longo tem sido propício para que muitas histórias sejam contadas a cerca dessa devoção, umas verdadeiras e outras fantasiosas.
Não há entre os maragogipanos, novos
ou velhos, quem não saiba da história da
visão do aparecimento de um homem alto,
sobre uma pedra, adaga na destra, todo rubro, notícia que se espalhou na antiga
vila como rastilho de pólvora e logo os habitantes locais, levados pela interpretação
do ocorrido, decidiram trocar o padroeiro para São Bartolomeu, esquecendo o
padroeiro antigo São Gonçalo do Amarantes.
Outro dia conversando numa roda
de amigos, entre os quais estava Brejéu, grande artilheiro do Palmeiras, e
sobrinho do famoso Boboco. O grande futebolista de Maragogipe, é uma grande
figura. Hoje vencido pelos anos, está alquebrado, andando com certa
dificuldade, mas não perdeu a verve que herdou do seu tio: seja qual for a
situação sempre pode fazer uma piada.
Em meio ao papo, o nosso Brejéu
saiu-se com uma “história” que pela sua originalidade merece ser contada. Disse
ele que certa feita estava na procissão de São Bartolomeu, como faz todo ano,
carregando o andor e concentrado pesando no seu estado de saúde física e
financeira. Pedia no seu intimo que São Bartolomeu olhasse para seu estado e
desse uma solução, foi quando de repente, viu a alguns passos à sua frente algo
brilhar no chão. Observou com cuidado e teve a certeza de que era uma jóia. Com
muito esforço, sem largar o varão do andor, ato contínuo, abaixou e pegou o objeto guardando-o no
bolso. Daí em diante todo o restante do
percurso da procissão foi feito com a expectativa de que o santo padroeiro ouviu
os seus pedidos e sua situação estava resolvida.
Ao encerramento da procissão,
correu para casa a fim de examinar o
achado. Chegando em casa, trancou-se no
quarto, tirou do bolso o objeto e passou a examiná-lo com cuidado. Ai então,
veio a surpresa, ficou sabendo que a jóia tão sonhada e que representava a sua
redenção econômica, nada mais era do que um broche de bijouteria. Sentado na
cama, olhos postos num quadro que emoldurava a parede na sua frente, contemplou
a imagem de São Bartolomeu e no intimo disse:
- Bartola, tenho fé que um dia
serei ouvido. Essa é a segunda vez que me engano!
Abilio Ubiratan
Maio/2010
CABEÇA DO NEGRO
(ou QUANDO A YAYÁ SE APAIXONOU PELO ESCRAVO)
Descendo o Rio Paraguaçu em direção à sua foz, na margem direita, bem próximo à vila de São Roque do Paraguaçu, existe uma faixa de praia, tendo ao fundo um morro, uma região de beleza inconfundível, emoldurada pela mata exuberante que existe no local,
Apresentação
Este blog se propõe registrar tudo que diz respeito à memória de Maragogipe. Aqui serão publicados documentos, fotos, artigos e publicações, vídeos, lendas, causos e tudo que possa colaborar para preservar a história de nossa terra. Sua colaboração será bem aceita.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
DEVOÇÃO E FÉ
Numa manhã, quando iam para o eito, os trabalhadores viram sobre uma pedra uma visão radiante de um homem esbelto, cor acobreada, feições delicadas, tendo à mão direita uma adaga e com o corpo todo ensanguentado. Essa notícia rápido correu o povoado. O novo dono do lugar logo decifrou a visão: “trata-se da imagem de São Bartolomeu”. Os moradores concordaram em adotá-lo como patrono do lugar. Então foi escolhido um local onde seria erguida uma grande e majestosa igreja. As obras da nova construção foram iniciadas de imediato e todos concorriam da forma como podiam para a concretização da empreitada. Mas, os recursos eram poucos e então foi solicitada a colaboração do Reino de Portugal que destinou 70 contos de réis de ajuda até a Igreja ficar pronta. Foi assim que tudo começou. São essas recordações avoengas que não podem calar, sobretudo porque isso tudo é história e história é vida. É a vida dos nossos antepassados que viveram essa fé. Uma fé tão profunda que até os mais letrados encontram dificuldade para bem definir o quanto ela representa na vida de cada maragogipano, pois os moradores desta terra sempre tiveram por seu Padroeiro – SÃO BARTOLOMEU, um amor puro e profundo.
Do Bando Anunciador até a procissão (na última segunda-feira do mês de agosto) tudo será festa. A lavagem do templo, com água e sabão, carinho e devoção, representa o ato preparatório para as celebrações que já trazem em si o quanto vai em cada mente e em cada coração de dedicação ao seu Patrono. No novenário, a igreja cheia, mãos contritas e levantadas implorando a misericórdia divina é sempre um clamor de fé de muitas “almas ... reunidas...” que imploram ao seu Padroeiro, especialmente paz e concórdia, sem perder o foco no maior de todos os mandamentos “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
Na aurora do dia 24 de Agosto, dia maior porque é o dia do nosso Padroeiro – SÃO BARTOLOMEU, nosso pároco celebrará a missa solene das cinco horas da manhã. Essa celebração é ímpar na história das celebrações religiosas. Na homilia, o Pregador recordará o exemplo do apóstolo Bartolomeu. A mensagem do Santo Evangelho lembrará a necessidade que temos de seguir o exemplo do nosso Ínclito Padroeiro e buscará uma definição para o traço que liga o povo de Maragogipe ao seu santo Patrono. Um povo que em meio a tudo não perde a fé, acredita nos seus irmãos e por isso se sente gratificado e feliz por “acordar mais cedo para mais cedo poder louvar seu Padroeiro” como bem disse um dia nosso querido Pe. Sadoc.
Em meio a orações, hinos, cânticos e louvores, faremos “nossas orações fervorosas” chegarem ao nosso Padroeiro – SÃO BARTOLOMEU que é e sempre será nosso guia. Aquele que não permitirá que o desânimo se abata sobre seus filhos e que todos irmanados no verdadeiro espírito de fraternidade mantenham sempre no coração a semente do amor. Todos estarão a postos para receber sua benção quando Ele deixar sua Matriz para percorrer os quatro cantos da cidade, em solene procissão, e deitar sobre cada um de seus filhos o olhar paternal de proteção, encerrando assim, de forma apoteótica, mais um ciclo de festas. Nessa hora, com todas as forças do nosso ser, entoaremos o mais expressivo hino de jubilo que houver em nossos corações por termos gozado mais uma vez dos dias venturosos de orações, cânticos, alegrias, e tudo que houver concorrido para fazer das tradicionais “festas de Agosto” o testemunho de que Maragogipe é Terra de SÃO BARTOLOMEU!
Abilio Ubiratan/ago2012.
VILA MORENA
Os distritos de Maragogipe não têm suas datas de criação bem definidas. São da primeira metade do sec.XVII os distritos da Sede, Nagé e Guai (antigo Capanema). Fora o distrito Sede o distrito de Nagé é o mais importante, porquanto já foi freguesia com pároco e tudo. A propósito conta-se que o Pe. Onofre de tal, tendo vindo participar da lavagem de S.Bartolomeu, comandando uma comitiva da Vila de Nagé, deu-se de entusiasmo e terminou dançando como uma das balizas, atitude que culminou com uma representação junto arcebispado. Não sabemos como terminou essa história.
A Vila de Nagé
tem em Senhor do Bonfim sua devoção maior, instituída na época da sua criação,
pois, naquela época a Igreja Católica
estava muito ligada aos colonizadores e por isso qualquer comunidade criada
tinha obrigatoriamente que ter uma devoção religiosa, maneira de manter a população obediente aos mandatários da
hora.
O ponto onde
está situada a Vila de Nagé, ainda hoje, é o mesmo da época da chegada dos
colonizadores portugueses. O local era o porto preferido pelos índios tapuias,
habitantes de Santo Antonio de Aldeia, pois, esses índios utilizavam muito o
porto da vila de Nagé para se banharem e depois para suas trocas com os
colonizadores que ali chegavam.
Muitos
perguntam: por que Nagé é chamada de Vila morena? No nosso entendimento essa
denominação é fruto da inspiração de algum poeta, mas tem sua razão de ser. A
Vila de Nagé foi muito freqüentada pelos índios Quiriris (que habitavam na
Pedra Branca) e pelos Tapuias (que habitavam em Santo Antonio de Aldeia). Tanto
uma tribo quanto outra freqüentava a região onde se encontra a Vila. A chegada
do colonizador português, como ocorreu em outros lugares, provocou uma mistura
de raças, principalmente índias e portugueses. Daí, as belas morenas filhas de
Nagé são fruto dessas uniões, o que tornou a Vila de Nagé Morena e bela pela
presença da beleza feminina das suas filhas. Mas, Nagé tem muito mais. Tem rico
artesanato; tem apreciável culinária; tem lendas e tem cultura, tem a devoção
ao Senhor do Bonfim, tem um povo bom e hospitaleiro, sem esquecer seu filho
mais ilustre: o Brigadeiro Seixas.
Abílio Ubiratan
27/01/2010