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Panorâmica de Maragogipe

sábado, 24 de outubro de 2020

LEMBRANÇAS DE VELHOS BABAS DO PASSADO

    



 Para Aristóteles, “a memória é uma fruição da imagem” e fatos vivenciados. Essa fruição é ampliada pela nossa reflexão e nos leva aos acontecimentos passados, nascendo daí a recordação. Fiz o curso ginasial no antigo “Simões Filho”.

    Casarão antigo da rua Geni de Morais que guarda memórias de muitos jovens de ontem e de hoje. Do meu tempo guardo um montão de recordações. São lembranças alegres, de um tempo que não volta mais, e, outras um tanto amargas porque remetem a fatos que gostaríamos fossem apagados da mente.  Mas, hoje lembrei do velho casarão que fica  ao lado do meu “saudoso Ginásio Simões Filho”. Falo do sobrado em que funcionava a Farmácia Conceição do “Seu Daniel” como todos chamavam o seu proprietário. Esse senhor, pai dos jovens Edvaldo e Darly, tratava-nos como se seus filhos fossemos. Nunca reclamava pelas saídas bruscas por termos pulado o muro do ginásio para filar aula e como também nunca reclamou da fila que se formava para tomar um banho apressado no banheiro da farmácia, que terminava deixando tudo molhado e bagunçado, pois não tínhamos toalha para enxugar o corpo e vestíamos a farda com o corpo molhado  para voltar para aula depois de um baba animado no quintal do ginásio. Lembrando-me dessa passagem de minha vida de estudante, por consequência, veio-me à lembrança minha turma de baba. Como nos ensinam os filósofos, deixei-me conduzir na asas da imaginação. Divaguei nas nuvens, vi arcanjos e até toquei-os, ouvi música maviosa e ao final assisti ao vídeo tape da minha imaginação, extasiado. Assisti aos dribleis desconcertantes  de “Aloisinho  do padre”.  Lá no ataque vi a dificuldade do goleiro adversário para defender o chute violento do Lauro “de Anisio”.  Mais na lateral do campo “Adalberto de Bertinho” passar a bola para “Zé de Eleutério” que com seu jeito catimbeiro, passou na frente para Memeu seu irmão, a quem carinhosamente chamávamos de “águia negra”, mas esse acabou desarmado e não faz  o gol.  O baba seguia animado, pois a equipe adversária era difícil de ser vencida. Em dado momento, senti uma dor no pé direito. É que eu jogando  na defesa, àquela altura da partida,  tive que fazer um esforço muito grande para evitar que um atacante do time adversário chutasse livre contra o gol do nosso time e neste esforço, chutei a parede bem ao lado da minha cama. Naturalmente acordei e o baba terminou empatado e eu com o pé machucado. Ah! Como eu gostaria de continuar aquele sonho!

ABILIO UBIRATAN