O tempo não para e por essa razão tudo está sujeito a se gastar ou envelhecer. Na década de 60, a imagem de São Bartolomeu, castigada pelo tempo, estava bastante desbotada e com sinais de envelhecimento, foi então que a população de Maragogipe,
realizou uma campanha para angariar recursos e foi levada para a Capital do Estado para restauro a imagem de São Bartolomeu.Longos meses se passaram e a
população inquieta aguardava o retorno do seu Padroeiro que ocorreria no inicio
do mês de agosto, por ocasião de sua festa. Na cidade nos dias que antecederam
à chegada não se falava em outra coisa.
No dia aprazado uma multidão
acorreu à ponte do Cai-já para receber o seu Patrono, agora devidamente
restaurado . O navio Maragogipe ao despontar na ponta do ferreiro, soltou o seu
tradicional apito que ecoou por todos os quatro cantos da Cidade e o povo que esperava, um mar de gente, foi ao delírio.
Navio atracado na ponte a imagem de São Bartolomeu finalmente desembarcou e
toda aquela gente que aguardava começou a dar vivas enquanto foguetes espocavam
num espetáculo de muita alegria.
Em meio aos vivas e delírio da
multidão a imagem de São Bartolomeu começa a sua caminhada em procissão rumo à
matriz no centro da cidade. Ai ocorreu o inesperado. Uma devota bem velinha,
gente do povo, agarrado ao seu terço, olhar fixo no seu Padroeiro, deixa
escapar:
- Meu Deus! Como ele está
magrinho, magrinho. Vá vê que é de saudade da sua gente.
Mais não disse e não era preciso,
pois, nas suas palavras estava traduzido todo amor que o povo de Maragogipe tem
pelo seu Patrono.
Abilio Ubiratan
(A imagem veio no navio Maragogipe e chegou aqui em 02/08/1964).