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Panorâmica de Maragogipe

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Magrinho, magrinho

  

O tempo não para e  por essa razão tudo está sujeito a se gastar ou envelhecer. Na década  de 60, a imagem de São Bartolomeu, castigada pelo tempo, estava bastante desbotada e com sinais de envelhecimento, foi então que a população de Maragogipe,

  realizou uma campanha para angariar recursos e foi levada para a Capital do Estado para restauro  a imagem de São Bartolomeu.

Longos meses se passaram e a população inquieta aguardava o retorno do seu Padroeiro que ocorreria no inicio do mês de agosto, por ocasião de sua festa. Na cidade nos dias que antecederam à chegada não se falava em outra coisa.

No dia aprazado uma multidão acorreu à ponte do Cai-já para receber o seu Patrono, agora devidamente restaurado . O navio Maragogipe ao despontar na ponta do ferreiro, soltou o seu tradicional apito que ecoou por todos os quatro cantos da Cidade e o povo que  esperava, um mar de gente, foi ao delírio. Navio atracado na ponte a imagem de São Bartolomeu finalmente desembarcou e toda aquela gente que aguardava começou a dar vivas enquanto foguetes espocavam num espetáculo de muita alegria.

Em meio aos vivas e delírio da multidão a imagem de São Bartolomeu começa a sua caminhada em procissão rumo à matriz no centro da cidade. Ai ocorreu o inesperado. Uma devota bem velinha, gente do povo, agarrado ao seu terço, olhar fixo no seu Padroeiro, deixa escapar:

- Meu Deus! Como ele está magrinho, magrinho. Vá vê que é de saudade da sua gente.

Mais não disse e não era preciso, pois, nas suas palavras estava traduzido todo amor que o povo de Maragogipe tem pelo seu Patrono.

Abilio Ubiratan 

(A imagem veio no navio Maragogipe e chegou aqui em 02/08/1964).