Pe.ADOLFO CERQUEIRA
um exemplo de Sacerdote
O Pe. Adolfo José da Costa Cerqueira nasceu em Maragogipe no dia 28 de Agosto de 1857 e faleceu, na mesma cidade, em 11 de Abril de 1929, vitimado pelo tétano. Filho de Dr. José da Costa Cerqueira, de família católica, teve sete irmãos e dois deles também foram padres. Foi cultuado e respeitado, chegando a gozar da fama de santidade, em toda cidade e nas localidades vizinhas. Usava cilício, ornamento comumente usado por penitente, além de ter o costume de estar sempre com a vista baixa, ligeiramente curvado para frente. Um traço também marcante do Pe. Adolfo era não admitir o candomblé, seguindo à risca o que preconizava a igreja na época.
O Pe. Adolfo Cerqueira como era conhecido ordenou-se padre em 08 de Dezembro de 1880 e em sua vida sacerdotal foi Conego e posteriormente Monsenhor, porém o povo o tratava carinhosamente de Pe. Adolfo.
Após seu falecimento vieram ao conhecimento público fatos que até então eram desconhecidos sobre a pessoa do Monsenhor. Diziam inclusive que ele dormia em uma espécie de tarimba para mortificar o corpo e que usava cilício, um utensílio muito usado por penitentes. Comentou-se também na época, que o Monsenhor ajudava mensalmente mais de uma centena de famílias pobres e que a única condição era não ter seu nome divulgado. E mais a população sabia que nenhum paroquiano ficava sem o sacramento da extrema unção fosse que hora fosse podia-se bater à porta do zeloso sacerdote e prontamente era atendido. Para atender quem precisava de sua assistência espiritual chegava a viajar em lombo de burro, pois não havia estrada na época, mais de quatro léguas sem reclamar de cansaço. Esse comportamento do piedoso pároco mais e mais o colocava no seio da população como um santo, portanto justificativa para a fama que gozava no imaginário popular.
Os que com ele conviveram diziam que ele era uma pessoa atenciosa e virtuosa ao extremo sendo até considerado por muitos como um verdadeiro santo, conforme já foi dito, e por isso mesmo, diziam que pessoas disputavam a água do seu banho para ser usada como remédio, essa ideia quando chegou ao conhecimento do padre foi veementemente combatida por ele.
Todos os bens do Mons. Adolfo Cerqueira foram doados à Matriz de São Bartolomeu sendo a Irmandade do SS. Sacramento a intermediária e o testamento lavrado no Cartório de Ranulfo Andrade (livro 83, fls.44 e 45v).
Com base na sua maneira simples de viver, sua humildade, sabedoria e generosidade a população de Maragogipe, tinha grande admiração e profundo respeito pelo Pe.. Adolfo Cerqueira e por tais qualidades ele merece ser colocado na galeria dos filhos ilustres de Maragogipe.
O Mons. Adolfo Cerqueira está sepultado no cemitério de Maragogipe, bem em frente à capela do mesmo, local reservado para aquelas pessoas que se destacaram em vida por suas virtudes e de fiel seguidor de Jesus Cristo.
ABILIO UBIRATAN
Maragogipe/Mar/2009.
DOM ANTÔNIO DE MACEDO COSTA
Dom Antônio de Macedo Costa, Bispo do Grão Para e Arcebispo Primaz do Brasil, nasceu em Maragogipe, no dia 7 de agosto de 1830, sendo seus pais José Joaquim de Macedo Costa e Joaquina de Queirós Macedo.
Ingressou no seminário da Bahia no
dia 31 de dezembro de 1848 de onde saiu, em 1852, para realizar os estudos
eclesiásticos no Seminário de Saint Celestin, em Bourges, França, nele
permaneceu durante dois anos. De 1854 a 1857, estudou no Seminário
de São Sulpício, em Paris. Em 19 de dezembro de 1857, com 27 anos, ordenou-se
presbítero em Paris pelas mãos do Cardeal Arcebispo de Paris, François Nicholas
Madeleinite Morlot. Doutorou-se em Direito Canônico pela Pontifícia
Universidade Gregoriana, em Roma, no dia 28 de junho de 1859.
Assim preparado, foi indicado para o
episcopado e o seu nome apresentado pelo Imperador D. Pedro II à Santa Sé, no
dia 23 de março de 1860.
No dia 20 de dezembro de 1860 o Papa
Pio IX confirmou sua nomeação como 10º Bispo do Grão Pará. Foi ordenado bispo
no dia 21 de abril de 1861, pelas mãos de Dom Mariano Falcinelli Antoniacci,
Internúncio Apostólico no Brasil. Sua posse efetuou-se no dia 23 de maio do
mesmo ano.
Durante o governo episcopal de D.
Antônio Macedo Costa aconteceu a chamada “Questão Religiosa”, reflexo no Brasil
da confrontação que se verificava na Europa entre a Maçonaria e a Igreja
Católica Apostólica Romana. A “Questão Religiosa” envolveu a autonomia da
Igreja diante do poder civil, autonomia defendida ardorosamente por D. Romualdo
de Seixas (Arcebispo da Bahia, Primaz do Brasil), Dom Antônio Viçoso (Bispo de
Mariana), Dom Antônio Macedo Costa, (Bispo do Grão Pará), e outros religiosos..
O primeiro
incidente ocorreu em março de 1872, quando o Bispo do Rio de Janeiro,
Dom Pedro Maria de Lacerda, invocando os cânones católicos contra a
Maçonaria, suspendeu o padre Almeida Martins, em virtude de ter proferido um
discurso em homenagem ao Visconde de Rio Branco, em regozijo pela Lei do Ventre
Livre.
Posteriormente, Dom Vital Maria
Gonçalves de Oliveira (Bispo de Olinda e Recife) e Dom Antônio Macedo Costa
(Bispo do Grão Pará), determinaram que as Ordens Terceiras e Irmandades
excluissem os seus membros que também pertencessem à Maçonaria. A determinação
foi desobedecida e D. Vital, em represária, lançou um interdito canônico
àquelas entidades, as quais apelaram para o Imperaddor, alegando abuso de poder
por parte dos Bispos. O Imperador atendeu ao recurso.
A situação se complicou: o Ministro
do Império, João Alfredo, enquadrou Dom Vital e Dom Macedo
Costa como infratores do Decreto 1.911, de 28 de março de 1857, pelo
que deveriam declarar sem efeito seus atos, “pois a constituição das Ordens
Terceiras e Irmandades do Brasil era de exclusiva competência do
poder civil e a atitude dos Bispos constituía uma usurpação da jurisdição do
poder temporal”. Em resposta, Dom Vital afirmou que o beneplácito imperial não
passava de uma aberração, pois o recurso contra as decisões dos Bispos era
absurdo e herético. D. Antônio Macedo Costa foi mais rigoroso, dizendo:
“Reconhecer no poder civil autoridade para dirigir as funções religiosas
equivale a uma apostasia!”.
Culminando o desentendimento, o
presidente do Supremo Tribunal de Justiça mandou prender os dois Bispos,
acusando-os de terem infringido o art. 96 do Código Criminal. Dom Vital foi
preso em janeiro e Dom Macedo Costa em abril de 1874. O julgamento foi rápido e
os Bispos se recusaram a defender-se, alegando que não reconheciam a
competência do Supremo Tribunal de Justiça para julgar matéria privativa da
Igreja. Dom Macedo Costa e Dom Vital foram condenados a quatro anos, parte dos
quais cumpriram na fortaleza da Ilha das Cobras.
A condenação
teve repercussão diplomática. |O Barão de Penedo foi enviado à Roma
para pedir que o Papa Pio IX repreendesse os Bispos.
Depois de ano e meio de prisão, o
Imperador decretou a anistia.
Dom Macedo Costa voltou para sua
diocese e Dom Vital não reassumiu suas funções. Doente, renunciou ao episcopado
e voltou à Europa em busca de tratamento, falecendo em 1878.
No dia 26 de junho de 1890, Dom
Macedo Costa foi transferido para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia,
tornando-se Arcebispo Primaz do Brasil. Assistiu a queda de D. Pedro II, em 15
de novembro de 1898, e faleceu em Barbacena, Minas Gerais, no dia 20 de março
de 1891.
Em 4 de abril de 1962, o Distrito de
São Roque se emancipou politicamente e seus moradores resolveram dar à nova
comunidade o nome de Dom Macedo Costa. A Lei, sancionada pelo Governador da
Bahia, e publicada no Diário Oficial de 06/04/1062, recebeu o n. 1.652.
Heráclio Paraguaçu Guerreiro nasceu na cidade de
Maragogipe em 13 de março de 1877 e faleceu na mesma, em 19 de maio de 1950.
Filho do Coronel João Primo Guerreiro e da dona de casa Leonídia Hermelina
Guerreiro, ingressou na escolinha de música da Filarmônica Terpsícore com 12
anos de idade, onde discretamente começa a aprender a arte musical contrariando
a vontade de sua família. Seu aprendizado musical se deu com a caixa como
instrumento de iniciação. Depois de um ano de participação na escola logo
começou a se destacar. E aos 18 anos, fundou o grupo
“Harpa Mariana” de quem foi regente. O potencial autodidata de Heráclio cedo começa se destacar e ele passa a ser admirado,
até que, com a doença do Maestro Teodoro Borges ele passa a regente da Terpsícore
Popular e tem início as suas composições que durante sua atuação como maestro
chega a mais de 500 entre dobrados, marchas,
passos sinfônicos, jaculatórias e a famosa novena ao Santo Padroeiro de
Maragogipe, São Bartolomeu.
Além de musicista o Maestro Heráclio Guerreiro foi
funcionário público, poeta, jornalista e dramaturgo, escrevendo peças teatrais
que fizeram bastante sucesso no recôncavo baiano. Suas composições enriquecem o acervo musical do
recôncavo colocando Heráclito Guerreiro em lugar de destaque entre os mais
renomados compositores da história da música dessa região.
A Filarmônica Terpsícore Popular de Maragogipe, fundada em 13
de junho de 1880, destaca-se como uma das mais importantes filarmônicas do
recôncavo com vários títulos nos festivais de filarmônicas. Nesses festivais a Terpsícore
é octacampeã, sendo Tricampeã do Estado
da Bahia e Pentacampeã do Festival de Filarmônicas do Recôncavo da Bahia, realizados
na Cidade de São Felix.
A história da filarmônica Terpsícore Popular em muitos
aspectos se funde com a história do seu maior maestro: Heráclio Guerreiro.
Graças ao talento de Heráclio Guerreiro e o número elevado de composições do
mesmo a Terpsícore ganhou destaque sendo premiada em diversas ocasiões como já
foi dito e entre essas composições duas foram premiadas na Alemanha: Canção do
Saara e Rabi da Galileia, consideradas exímias obras de arte.
Por Abílio Ubiratan
Agosto/2021
Recomendamos a todo aquele que tenha interesse em conhecer a história de Maragogipe a leitura da obra do nosso conterrâneo Osvaldo Sá. A respeito do grande escritor maragogipano muito se tem dito mas, escolhemos as palavras de um jovem conterraneo para homenagear o grande mestre.
Eis o que disse o jovem Professor Zevaldo Souza a respeito de Osvaldo Sá: "Osvaldo Sá, único, exemplar, digno, correto, estudioso, vitorioso. E se depender de mim será lembrado e relembrado no máximo possível que as gerações me permitirem, nos permitirem, fazer história."
AVISO: A biografia do grande mestre será publicada em breve.
PÁGINA EM CONSTRUÇÃO
TODA COLABORAÇÃO SERÁ BEM VINDA.
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JOÃO JOSÉ DE ALMEIDA COUTO
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DURVAL DE MORAIS
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EUSTÁQUIO REBOUÇAS
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LUIZ DA FRANÇA PEREIRA REBOUÇAS
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JOSÉ JULIO CALASANS
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