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Panorâmica de Maragogipe

quarta-feira, 8 de junho de 2022

NOSSA HISTÓRIA VIAJA PELOS SAVEIROS

 

Antiga Feira no Cáis do Cai-já - Maragogipe

         Os saveiros por mais de 300 anos fizeram parte da história econômica de Maragogipe e bem como das vilas e cidades do recôncavo da Bahia.        Em todos os ciclos de desenvolvimento de Maragogipe, desde os engenhos de açúcar, passando pelo desenvolvimento da cultura do fumo e mais da cultura do café em meados do sec. XIX, ocasião em que o café maragojipe foi agraciado em uma exposição em Filadélfia (EE.UU), em 1883 e mais tarde com a industrialização do fumo, vamos notar que em todas as fases os saveiros estiveram presente na economia local, pois através deles os nossos produtos eram exportados para Salvador e demais vilas e cidades vizinhas.

Numa época em que não existiam estradas os saveiros introduzidos na economia da Bahia, como seu principal meio de transporte, pelos portugueses, teve seu ponto alto e a frota de saveiros chegou a ser superior a mil nos mares da Baia de Todos os Santos e nos portos das cidades do recôncavo, com destaque para Maragogipe, Nazaré, Jaguaripe, Cachoeira, São Felix e outras. No século passado com a descoberta do petróleo na Bahia e a criação da Refinaria em Mataripe as estradas foram abertas em todas as localidades e o saveiro foi perdendo o seu valor como meio de transporte já que o caminhão dominando as estradas facilitava a vida dos produtores e comerciantes, pois pegavam as mercadorias na porta do produtor e entregava na porta do distribuidor, tirando do saveiro a primazia que até ali gozava.

Por outro lado, sem um plano de manutenção para os saveiros e mais as proibições impostas ao corte de madeira de lei, matéria prima para confecção ou manutenção dos saveiros, aliada à falta de mestres carpinteiros para transmitir seus conhecimentos às novas gerações, tudo isso somado à falta de apoio dos órgãos governamentais os saveiros chegaram ao fim de forma dramática. E os velhos saveiros foram morrendo encalhados no descaso e na indiferença de muitos. Uma pena!

Abílio Ubiratan