Numa época em
que não existiam estradas os saveiros introduzidos na economia da Bahia, como
seu principal meio de transporte, pelos portugueses, teve seu ponto alto e a
frota de saveiros chegou a ser superior a mil nos mares da Baia de Todos os
Santos e nos portos das cidades do recôncavo, com destaque para Maragogipe, Nazaré,
Jaguaripe, Cachoeira, São Felix e outras. No século passado com a descoberta do
petróleo na Bahia e a criação da Refinaria em Mataripe as estradas foram abertas
em todas as localidades e o saveiro foi perdendo o seu valor como meio de
transporte já que o caminhão dominando as estradas facilitava a vida dos produtores
e comerciantes, pois pegavam as mercadorias na porta do produtor e entregava na
porta do distribuidor, tirando do saveiro a primazia que até ali gozava.
Por outro
lado, sem um plano de manutenção para os saveiros e mais as proibições impostas
ao corte de madeira de lei, matéria prima para confecção ou manutenção dos
saveiros, aliada à falta de mestres carpinteiros para transmitir seus
conhecimentos às novas gerações, tudo isso somado à falta de apoio dos órgãos
governamentais os saveiros chegaram ao fim de forma dramática. E os velhos
saveiros foram morrendo encalhados no descaso e na indiferença de muitos. Uma
pena!
Abílio Ubiratan