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Panorâmica de Maragogipe

segunda-feira, 13 de junho de 2022

No tempo das casas cobertas de palhas

 

Foto ilustrativa da internet
 

A partir do sec.XVII quando a colonização portuguesa se consolidou em Maragogipe com a instalação dos engenhos de açúcar houve um crescimento muito grande da população e consequentemente surgiram as primeiras moradias rústicas com casas de pau a pique e paredes de taipa cobertas de palhas, utilizadas por pessoas ocupadas nos engenhos. Foi assim que  surgiram os primeiros bairros da cidade e todos em áreas conquistadas ao mangue.

Nesses bairros começaram a acontecer  os incêndios que consumiam as choupanas de palhas em grande proporção como foi o caso do ocorrido no dia 11 de Novembro de 1891. Nesse  dia no Largo do Dique, denominação antiga do Largo Sebastião Pinho, foram consumidas pelo fogo  52 casas.

Depois do incêndio ocorrido no Largo do Dique tivemos ainda em Maragogipe, pela ordem, os seguintes incêndios: 

Em 22/09/1892 na Rua da Horta 6 casas consumidas;

Em 09/01/1913 no Beco da Mangueira 12 casas consumidas;

Em 06/02/1915 no Cai-Cai 18 casas consumidas;

Em 02/11/1921 no Canto Escuro 11 casas consumidas;

Em 19/11/1921 no Beco dos Canudos 9 casas consumidas;

Em 19/08/1923 no Largo Sebastião Pinho 7 casas (segundo incêndio do local).

Nos dias 9, 10, 11 e 12 de novembro de 1938 a população se apavorou com incêndios que destruíram no Beco do Piolho 28 casas; na Boiada 5 casas; na Comissão 9 casas;  e no Japão 13 casas.

Em 12/12/1938 3 casas foram queimadas no Porto das Vagas.

Em 06/07/1946 no Arrasta Couro 11 casas queimadas;. 

Em 23 de outubro de 1948 mais 5 casas no Canto Escuro. 

A partir dos incêndios ocorridos no ano de l938 a população se encarregou de divulgar na cidade a lenda da existência do passarinho do bico de fogo, responsável por incendiar as moradas num mesmo dia em bairros distintos. Foi somente a partir dai que os incêndios  diminuíram ou desapareceram uma vez que as moradias foram melhoradas trocando-se a cobertura de palhas por cobertura de telhas.

O mistério da existência do passarinho do bico de fogo até hoje não foi esclarecido mas uma coisa é certa nunca mais tivemos incêndios na cidade.

Benedito Jorge C. de Carvalho