Pesquisadores e historiadores afirmam que o samba de roda nasceu na segunda metade do Sec. XVII no recôncavo da Bahia e com base nessas informações podemos afirmar que nasceu em Maragogipe, de uma manifestação cultural espontânea tão logo a Igreja Matriz de São Bartolomeu ficou pronta.
Segundo o
historiador maragogipano Osvaldo Sá tão logo a igreja ficou pronto
providenciou-se a lavagem para os atos de sagração do novo templo. Pois bem, os
senhores de engenho convocaram alguns escravizados para tal empreitada. Formaram-se
dois grupos um que ficaria na igreja para os trabalhos de lavagem com água e
sabão e outro que iria transportar a água para dita lavagem. Considerando que o
ponto de tomada de água ficava no local onde se localiza hoje o Centro de
Abastecimento Iguatemi, um tanto distante da igreja, os escravizados iam em
grupo com vasilhames da época: potes de barro, barris e outros e de lá traziam
na cabeça a água. Todavia, no meio das viagens tomaram uma pinga e a coisa
mudou de figura despertando a euforia do grupo que ao retornar para outra
viagem com a água iam tamborilando nos vasilhames vazios as músicas próprias da
sua cultura lá na África. Esse costume se repetiu nos anos seguintes quando da
festa do padroeiro e se consolidou.
Outra
informação que reputamos de grande importância é o fato de que lá na África
esse tipo de música chamava-se semba, expressão muito semelhante ao nosso termo
samba que identifica que identifica o nosso samba. E outro aspecto a considerar
é a formação de é todos em círculo e um ou dois dos participantes no centro da
roda sapateando. Vale ainda registrar que essas rodas de samba, na época dos
engenhos de açúcar, ocorriam sempre depois das rodas de capoeira e eram
permitidas pelos senhores de engenho como uma concessão para amenizar o
sofrimento da escravidão e evitar que os escravizados pudessem confabular para
a promoção de rebeliões e fugas.
Os instrumentos usados nas
rodas de samba eram: atabaque, pandeiro, reco-reco, ganzá, agogô, e outros
próprios da cultura dos escravizados, muito depois é que foram introduzidos aspectos da cultura Portuguesa, p.ex. instrumentos musicais e
letra das músicas.
São variantes do samba de
roda: samba corrido, samba
chula e a umbigada.
Já está espalhado
por todo o território brasileiro e não tem como desaparecer, ainda mais que em
2003 foi incluído no livro Registro das Formas de Exposição; em seguida,
em 2005, tombado pela UNESCO como Patrimônio Imaterial da humanidade; e em 2015
recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil dado pelo IPHAN.
Por fim afirmamos com a convicção que temos que o samba de roda, essa manifestação cultural popular, nascida em Maragogipe, tem história, tem raízes e tem sentimento.
Abílio Ubiratan