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Panorâmica de Maragogipe

quarta-feira, 8 de junho de 2022

O SAMBA DE RODA é coisa de Maragogipe


 Pesquisadores e historiadores afirmam que o samba de roda nasceu na segunda metade do Sec. XVII no recôncavo da Bahia e com base nessas informações podemos afirmar que nasceu em Maragogipe, de uma manifestação cultural espontânea tão logo a Igreja Matriz de São Bartolomeu ficou pronta.

Segundo o historiador maragogipano Osvaldo Sá tão logo a igreja ficou pronto providenciou-se a lavagem para os atos de sagração do novo templo. Pois bem, os senhores de engenho convocaram alguns escravizados para tal empreitada. Formaram-se dois grupos um que ficaria na igreja para os trabalhos de lavagem com água e sabão e outro que iria transportar a água para dita lavagem. Considerando que o ponto de tomada de água ficava no local onde se localiza hoje o Centro de Abastecimento Iguatemi, um tanto distante da igreja, os escravizados iam em grupo com vasilhames da época: potes de barro, barris e outros e de lá traziam na cabeça a água. Todavia, no meio das viagens tomaram uma pinga e a coisa mudou de figura despertando a euforia do grupo que ao retornar para outra viagem com a água iam tamborilando nos vasilhames vazios as músicas próprias da sua cultura lá na África. Esse costume se repetiu nos anos seguintes quando da festa do padroeiro e se consolidou.

Outra informação que reputamos de grande importância é o fato de que lá na África esse tipo de música chamava-se semba, expressão muito semelhante ao nosso termo samba que identifica que identifica o nosso samba. E outro aspecto a considerar é a formação de é todos em círculo e um ou dois dos participantes no centro da roda sapateando. Vale ainda registrar que essas rodas de samba, na época dos engenhos de açúcar, ocorriam sempre depois das rodas de capoeira e eram permitidas pelos senhores de engenho como uma concessão para amenizar o sofrimento da escravidão e evitar que os escravizados pudessem confabular para a promoção de rebeliões e fugas.

Os instrumentos usados nas rodas de samba eram: atabaque, pandeiro, reco-reco, ganzá, agogô, e outros próprios da cultura dos escravizados, muito depois é que foram introduzidos aspectos da cultura Portuguesa, p.ex. instrumentos musicais e letra das músicas.

São variantes do samba de roda: samba corrido, samba chula e a umbigada.

Já está espalhado por todo o território brasileiro e não tem como desaparecer, ainda mais que em 2003 foi incluído no livro Registro das Formas de Exposição; em seguida, em 2005, tombado pela UNESCO como Patrimônio Imaterial da humanidade; e em 2015 recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil dado pelo IPHAN.

        Por fim afirmamos com a convicção que temos que o samba de roda, essa manifestação cultural popular, nascida em Maragogipe, tem história, tem raízes e tem sentimento.

 

Abílio Ubiratan