SÃO
ROQUE DO PARAGUAÇU
Pequeno histórico
O
atual distrito de São Roque do Paraguaçu foi originário de uma aldeia de
pescadores de longas datas, talvez por volta do século XIX. A história da
escolha do nome do lugar teve origem com a ocorrência de uma epidemia de
varíola que assolou o vilarejo dizimando principalmente crianças e idosos.
Diante de quadro tão assustador certo dia,
logo cedo, quando um velho pescador, de nome Raimundão, ia para a sua faina
diária, conversando com seu companheiro queixou-se do seu sofrimento em ter
perdido a companheira de muitos anos, sem nada poder fazer, pela tal da “bexiga”
e agora estava na iminência de perder um neto em situação idêntica. Em dado
momento acreditando que só um milagre o livraria daquele sofrimento, de
imediato, ao levantar as vistas, deu com a visão sobre o horizonte da imagem de
um homem com um cão ao lado a lamber-lhe os ferimentos ao que ele exclamou:
“Valha-me, São Roque!”. Ao retornar da pescaria contou aos vizinhos e amigos o
ocorrido e logo soube que seu neto, e as outras pessoas que estavam doentes, estavam curadas e a partir daí a doença deixou
o povoado. Foi assim então que os moradores escolheram o nome do lugar, em consequência
desse grande milagre, e a vila passou a se chamar Vila de São Roque, para depois acrecentar-lhe do
Parasguaçu.
AS DIVERSAS DIVISÕES ADMINSTRATIVAS
De acordo com o
IBGE o Distrito de São Roque do Paraguaçu foi
criado pelo Decreto Estadual n.º
8.311, de 15-02-1933, com território desmembrado do distrito de Santo Antônio
do Capanema (denominação do atual
Distrito do Guaí) e anexado ao município de Maragogipe. Em nova divisão
administrativa do ano de 1933 o Município de Maragogipe aparece constituído de
6 distritos: Maragogipe, Santo Antônio de Capanema, Caveiras, Coqueiros, Nagé e
São Roque do Paraguaçu.
Pelo Decreto
Estadual n.º 11.089, de 30-11-1938, o distrito de Caveiras tomou a denominação
de Guapira e São Roque do Paraguaçu passou a chamar-se simplesmente São Roque.
No quadro fixado
para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 6 distritos:
Maragogipe, Capanema, Coqueiro (ex-Coqueiros), Guapira (ex-Caveiras), Nagé, São
Roque (ex-São Roque do Paraguaçu).
Pelo Decreto-lei
Estadual n.º 141, de 31-12-1943, retificado pelo Decreto Estadual n.º 12.978,
de 01-06-1944, os distritos de Capanema e São Roque passaram a chamar-se,
respectivamente Guaí e São Roque do Paraguaçu.
A divisão
territorial datada de 1-VII-1960, o município de Maragogipe permaneceu constituído de 6 distritos a saber:
Maragogipe, Coqueiros, Guaí, Guapira, Nagé e São Roque do Paraguaçu,
permanecendo em nova divisão territorial datada de 2021.
ATIVIDADE ECONÔMICA
Como a Vila de São
Roque foi originária de uma vila de pescadores por muitos anos teve vida
econômica bastante precária, pois os moradores viviam basicamente da atividade
pesqueira e mariscagem e pequenas plantações. A partir da criação da linha do
“vapor de Cachoeira” e da construção do cais os moradores passaram a vender na
atração do navio todo tipo de guloseimas, mariscos e pescados. A atividade foi
incrementada com a chegada da linha da Estrada de Ferro de Nazaré e como
consequência aconteceu melhorias nas habitações que passaram a ser de tijolos e
cobertas de telhas, desprezando-se as velhas casas de taipa cobertas de palhas.
A
Estrada de Ferro trouxe ainda o matadouro que abastecia Salvador de carne
bovina e o porto, que fora melhorado, passou a ser ponto de embarque do manganês
que abastecia a indústria siderúrgica instalada na vizinhança da Capital
Salvador e era remetido também para outros estados e até para o exterior.
Assim, o Distrito
de São Roque com uma vida econômica superior aos outros distritos de
Maragogipe, na visão dos seus habitantes, merecia ser cidade e foi justamente
esse sentimento que motivou a campanha pela emancipação política que acabou
vindo através Lei Ordinária nº 1519, de 17 de
outubro de 1961.
O
Distrito de São Roque do Paraguaçu já teve uma A estação da antiga Estrada de Ferro de Nazaré
que era uma continuação da linha férrea que ligava Nazaré a Jequié, com a
desativação da estrada de ferro no ano de 1967 ficou por muitos anos
desativados até que em 1978 o Governador Roberto Santos instalou ali um
estaleiro para construção e recuperação dos equipamentos da Petrobrás.
Posteriormente,
em 2012, outro estaleiro foi construído
no vilarejo de Enseadinha. Esse outro empreendimento foi constituído pelo
consórcio Odebrecht, Kawasaki, OAS e UTC, o qual veio a ser denunciado na
operação Lava Jato e razão pela qual foi desativado. É bom frisar que o
encerramento das atividades do estaleiro da Enseadinha causou grande número de
desempregados provocando mais uma grande crise econômica para o município.
Resumo elaborado para um grupo de alunos do CESF
Por Abílio Ubiratan
Em 20/jun/2023