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Panorâmica de Maragogipe

quinta-feira, 22 de junho de 2023

COMO FOI DADO NOME À VILA DE SÃO ROQUE

 

Fonte/Internet

SÃO ROQUE DO PARAGUAÇU

Pequeno histórico

O atual distrito de São Roque do Paraguaçu foi originário de uma aldeia de pescadores de longas datas, talvez por volta do século XIX. A história da escolha do nome do lugar teve origem com a ocorrência de uma epidemia de varíola que assolou o vilarejo dizimando principalmente crianças e idosos.

Diante de quadro tão assustador certo dia, logo cedo, quando um velho pescador, de nome Raimundão, ia para a sua faina diária, conversando com seu companheiro queixou-se do seu sofrimento em ter perdido a companheira de muitos anos, sem nada poder fazer, pela tal da “bexiga” e agora estava na iminência de perder um neto em situação idêntica. Em dado momento acreditando que só um milagre o livraria daquele sofrimento, de imediato, ao levantar as vistas, deu com a visão sobre o horizonte da imagem de um homem com um cão ao lado a lamber-lhe os ferimentos ao que ele exclamou: “Valha-me, São Roque!”. Ao retornar da pescaria contou aos vizinhos e amigos o ocorrido e logo soube que seu neto, e as outras pessoas que estavam doentes,  estavam curadas e a partir daí a doença deixou o povoado. Foi assim então que os moradores escolheram o nome do lugar, em consequência desse grande milagre, e a vila passou a se chamar Vila de  São Roque, para depois acrecentar-lhe do Parasguaçu.

 

AS DIVERSAS DIVISÕES ADMINSTRATIVAS

De acordo com o IBGE o Distrito de São Roque do Paraguaçu foi  criado pelo  Decreto Estadual n.º 8.311, de 15-02-1933, com território desmembrado do distrito de Santo Antônio do Capanema  (denominação do atual Distrito do Guaí) e anexado ao município de Maragogipe. Em nova divisão administrativa do ano de 1933 o Município de Maragogipe aparece constituído de 6 distritos: Maragogipe, Santo Antônio de Capanema, Caveiras, Coqueiros, Nagé e São Roque do Paraguaçu.

Pelo Decreto Estadual n.º 11.089, de 30-11-1938, o distrito de Caveiras tomou a denominação de Guapira e São Roque do Paraguaçu passou a chamar-se simplesmente São Roque.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 6 distritos: Maragogipe, Capanema, Coqueiro (ex-Coqueiros), Guapira (ex-Caveiras), Nagé, São Roque (ex-São Roque do Paraguaçu).

Pelo Decreto-lei Estadual n.º 141, de 31-12-1943, retificado pelo Decreto Estadual n.º 12.978, de 01-06-1944, os distritos de Capanema e São Roque passaram a chamar-se, respectivamente Guaí e São Roque do Paraguaçu.

A divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município de Maragogipe permaneceu  constituído de 6 distritos a saber: Maragogipe, Coqueiros, Guaí, Guapira, Nagé e São Roque do Paraguaçu, permanecendo em nova divisão territorial datada de 2021.

 

ATIVIDADE ECONÔMICA

 

Como a Vila de São Roque foi originária de uma vila de pescadores por muitos anos teve vida econômica bastante precária, pois os moradores viviam basicamente da atividade pesqueira e mariscagem e pequenas plantações. A partir da criação da linha do “vapor de Cachoeira” e da construção do cais os moradores passaram a vender na atração do navio todo tipo de guloseimas, mariscos e pescados. A atividade foi incrementada com a chegada da linha da Estrada de Ferro de Nazaré e como consequência aconteceu melhorias nas habitações que passaram a ser de tijolos e cobertas de telhas, desprezando-se as velhas casas de taipa cobertas de palhas.

            A Estrada de Ferro trouxe ainda o matadouro que abastecia Salvador de carne bovina e o porto, que fora melhorado, passou a ser ponto de embarque do manganês que abastecia a indústria siderúrgica instalada na vizinhança da Capital Salvador e era remetido também para outros estados e até para o exterior.

Assim, o Distrito de São Roque com uma vida econômica superior aos outros distritos de Maragogipe, na visão dos seus habitantes, merecia ser cidade e foi justamente esse sentimento que motivou a campanha pela emancipação política que acabou vindo através Lei Ordinária nº 1519, de 17 de outubro de 1961.

O Distrito de São Roque do Paraguaçu já teve uma  A estação da antiga Estrada de Ferro de Nazaré que era uma continuação da linha férrea que ligava Nazaré a Jequié, com a desativação da estrada de ferro no ano de 1967 ficou por muitos anos desativados até que em 1978 o Governador Roberto Santos instalou ali um estaleiro para construção e recuperação dos equipamentos da Petrobrás.

Posteriormente, em 2012,  outro estaleiro foi construído no vilarejo de Enseadinha. Esse outro empreendimento foi constituído pelo consórcio Odebrecht, Kawasaki, OAS e UTC, o qual veio a ser denunciado na operação Lava Jato e razão pela qual foi desativado. É bom frisar que o encerramento das atividades do estaleiro da Enseadinha causou grande número de desempregados provocando mais uma grande crise econômica para o município.

 

Resumo elaborado para um grupo de alunos do CESF

Por Abílio Ubiratan

Em 20/jun/2023

sexta-feira, 16 de junho de 2023

A ESTRADA DE FERRO QUE FICOU NO SONHO

 


 

A Estrada de Ferro chegou à vizinha Cidade de São Felix no ano de 1881. A partir da chegada da ferrovia à São Felix a população de Maragogipe passou a sonhar que logo haveria prolongamento da dita estrada até esta cidade em razão das condições de navegabilidade que esta possuía: um porto com navegabilidade sem depender de horário das marés. Assim, a vinda do trem até Maragogipe foi sonho por muitos e muitos anos.

Pesquisando jornais daquela época e os livros do historiador Osvaldo Sá encontramos  importantes notícias sobre a sonhada estrada de ferro de Maragogipe. Por exemplo, tramitaram não somente na Assembleia Legislativa, mas também na Câmara Municipal  de Maragogipe muitos projetos visando tal empreendimento.

Entre as principais providências encontramos: em 02 de março de 1875 o cidadão Emilio Tavares de Oliveira Filho requereu à Câmara Municipal de Maragogipe licença para construir carris de ferro partindo da Cidade de Maragogipe à Ponta de Souza e ali ser construída uma ponte de atracação para o navio da linha Salvador-Cachoeira e vice-versa.

Em seguida outras iniciativas foram tomadas com o mesmo propósito, mas infelizmente sem efeito prático. Vejamos tudo que foi feito no sentido de trazer a tão sonhada estrada de ferro.

O Barão Homem de Melo, na condição de Presidente da Província, no ano de 1878, em visita a Maragogipe acompanhado de um grupo de engenheiros fez levantamento visando estender a malha ferroviária até esta cidade.

No ano de 1884 o Presidente da Província o Desembargador João Rodrigues Chaves promulgou a Lei n°2475, de 26 de agosto, concedendo ao Padre José de Araújo Mato Grosso concedendo o direito para explorar  uma linha férrea, de bitola estreita, partindo de Maragogipe até a localidade de Curralinho por um prazo de 90 anos.

Por fim em 22 de agosto de 1892, o Governador do Estado, Dr. Joaquim Manoel Rodrigues Lima sancionou a Lei nº26 com teor seguinte:

“Art.1º - Fica concedido à Cia Brazilian Central Taiwail, pelo tempo correspondente ao da estrada de ferro Central para prolongar esta estrada, por meio de um ramal, até a Cidade de Maragogipe, obrigando-se a concessionária a manter uma linha de navegação direta entre aquela cidade e a Capital, em correspondência com o tráfego da estrada.

Art. 2º - São concedidos em relação a esse prolongamento,  todos os favores de que goza a Companhia, em relação a atual estrada de ferro, com exceção de garantia de juros.”

Analisando-se os desdobramentos de tudo quanto houve no período conclui-se que houve muitos interesses ocultos motivando a nossa estrada de ferro nunca ter saído do papel.

Vejam bem, a decisão do Governador provocou nesta cidade o batimento da pedra fundamental, com muita festa, falatório e foguete. Por gratidão deu-se a uma das principais ruas da cidade o nome do Governador e a estrada nunca saiu do papel.

Graças a Deus os maragogipanos, muitos anos depois, tomaram a decisão acertada e tiraram o nome do Governador agraciado e batizaram a dita rua com o nome de uma maragogipana do povo e que prestou a nossa gente inestimáveis trabalhos como parteira, assistindo  milhares de filhos desta terra no momento de ver a luz pela primeira vez, inclusive o autor deste texto. Viva Mãe Pissú!

quinta-feira, 1 de junho de 2023

BATALHA NAVAL


 Foto ilustrativa da internet

PRIMEIRA BATALHA NAVAL DA AMÉRICA DO SUL

 

Logo após o descobrimento do Brasil, passadas as duas primeiras décadas em 1520, a região onde se situa a Cidade de Maragogipe  já era visitada por exploradores portugueses e contrabandistas franceses e holandeses, interessados nas riquezas aqui existentes em especial pau brasil.  Visando coibir a ação desses exploradores, em 1526 o governo de Portugal enviou Cristovão Jaques para fiscalizar a costa brasileira e combater o contrabando de pau-brasil. 

Certo dia, quando fazia o patrulhamento de rotina,  duas naus francesas foram vistas entrando na Baia de Todos os Santos e sendo seguidas por  Cristovão Jaques subiram  pela voz do Paraguaçu e ancoraram  ali em frente a Cidade de Maragogipe, no lugar onde o Rio Guaí se encontra com o Rio Paraguaçu, numa ilhota denominada depois de Ilha dos Franceses, travando-se a primeira batalha naval da América do Sul. Nessa batalha as duas naus francesas foram a pique e os tripulantes presos e enforcados no local, defronte à Salamina, conhecido por Fortim da Forca.

Mais detalhes poderão ser encontrados no livro do historiógrafo Frei Vicente do Salvador sobre a História do Brasil.