Curiosidades sobre nome de ruas em nossa cidade
As cidades antigas
guardam suas tradições muitas vezes contrariando o pensamento de uma corrente
que defendendo a modernidade acha que, por exemplo, não existe sentido chamar
um bairro da cidade de “Capa Gato”. Mas, afinal o que fazer quando uma rua ou
lugarejo, dessa ou daquela cidade antiga, tem um nome que o povo escolheu e não
o nome de um figurão qualquer.
Na nossa cidade temos
uma infinidade de ruas, becos, praças e logradouros que o povo batizou há muito
tempo e que assim permanecem mesmo que oficialmente tenham recebido outros,
dados pelos governos, que ao longo dos anos comandaram a cidade. Por exemplo,
por que a Rua Macedo Costa para o povo chama-se Rua do Fogo? Os mais afoitos
chegam até a afirmar que por causa do incêndio da Suerdieck. À luz dos fatos
não prospera essa alegação porque o incêndio da Suerdieck se deu na estufa que
funcionava após o arco da antiga Rua das Flores, no ano de 1944. Nessa época a
Rua Macedo Costa já era para o povo Rua do Fogo há anos.
Pesquisando os jornais
antigos que circularam em nossa cidade, encontramos menção à denominação Rua do
Fogo e em razão de uma nota sobre as “festas” de São Bartolomeu, achamos a
resposta para a denominação que intriga muita gente. É o seguinte: por muitos e
muitos anos a festa do nosso padroeiro se realizava nas proximidades da Igreja,
propriamente em seu largo ao fundo e ruas próximas, com destaque para rua do
Fogo, em frente ao coreto da Praça, local onde as filarmônicas se revezavam em
tocadas em dias alternados, após as novenas.
Ao final desse período
de novenário vinham os três dias que fechavam os festejos: o último domingo do
mês de Agosto, domingo festivo; a última segunda-feira a tradicional e
majestosa procissão e na última terça-feira a queima de fogos. Pois bem, como na terça-feira eram queimados os fogos, que naquela época chamava-se de “fogo de
planta”, dai depreende-se que sendo aquela rua o local onde os ditos fogos eram
queimados, apropriadamente a população a batizou de “Rua do Fogo”, denominação
que perdura até hoje apesar de haver um outro nome oficial, por sinal de um dos
mais renomados maragogipanos: D. Antônio Macedo Costa.
Abilio Ubiratan
Agosto/2017