No calendário da Semana Santa da Igreja católica não consta menção “à malhação de Judas” que é uma manifestação popular introduzida no Brasil Colônia tendo se espalhado na época, especialmente na região nordeste.
A brincadeira consistia em preparar um boneco e pendurá-lo de alguma forma para à meia noite de sábado queimá-lo depois da leitura um testamento, espécie de cordel humorístico citando pessoas conhecidas da vizinhança. Os políticos também não eram poupados.
Judas Iscariotes foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Foi aquele que traíu Jesus entregando-o para a crucificação em troca de trinta moedas. A Bíblia conta que Judas após o seu ato entrou em desespero e enforcou-se. Assim está registrado em Mateus, 27:5.
Câmara Cascudo no seu Dicionário do Folclore Brasileiro diz que os bonecos eram feitos de palha ou panos e queimados entre sexta e o Sábado de Aleluia, prática que terminou sendo reprimida motivo pelo qual a brincadeira foi afastada para os bairros periféricos das cidades e começou a perder força.
A queima do Judas em nossa cidade já teve seu auge na ocasião em que tínhamos pessoas da comunidade que eram. versadas em escrever o testamento porque a brincadeira só tinha graça pelo testamento, espécie de cordel satírico que fazia troça com pessoas da vizinhança e especialmente políticos.
No momento não temos notícia de que ainda se faz a queima de Judas no sábado de Aleluia em Maragogipe. Assim, uma brincadeira popular que muito divertia a população local deixou de ser realizada e já faz parte do passado.
Por Abílio Ubiratan
Abril/2023