Imagem em destaque

Imagem em destaque
Panorâmica de Maragogipe

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

ESPERANDO O CARNAVAL II

 


Carnaval de Maragogipe no tempo

 

“Maragogipe ainda conserva a tradição dos mascarados, pelas formas artesanais de produzir fantasias, de patrocinar o riso e promover a representação da vida cotidiana”.

 

Na década de 1920, para fixarmos os cem últimos anos, foram memoráveis os inúmeros cordões, inclusive de mulheres, que se deleitavam aos prazeres da vida terrena, alem da pompa dos clubes: Amigos do silencio e Deustch club (clube dos alemães), do bloco dos caipiras, do Rancho do jacaré e do concurso da filarmônica Dois de Julho, este direcionado à elite maragojipana. 

 Na década de 1930, nota-se,  nas ruas de Maragogipe, os cordões das Hespanholas, Assustados e dos Nagôs; ternos da Esperança, Marujas, Bonecas, Turcas e A Fauna; rancho do Macação, mascarados, pierrôs, colombinas e, ainda, passeatas promovidas pelas filarmônicas locais..

 A presença de inúmeros mascarados, em grupos ou isolados, na década de 1950, entrado nas casas, era muito comum. Foram registrados nessa época os blocos: Tiro ao Alvo (composto apenas por mulheres), um outro organizado pelo Sr.Vicente Peixoto e o das Garrafas. Também nessa época eram realizados bailes à fantasia na sede da Filarmônica Dois de Julho, Associação Atlética e Radio Clube. Também na mesma época tínhamos o Trio Elétrico Maragós de Dica e o bumba-meu-boi do Angelo “inspetor”. Á  medida em que os bailes em clubes ganham visibilidade, os cordões e blocos, ranchos e ternos vão desaparecendo.

 Para que não haja perda desse aspecto dos carnavais do passado é preciso que haja incentivo à população local para a valorização e fortalecimento da memória cultural e histórica desse aspecto do nosso carnaval, não deixando que desapareça uma simbologia que está ficando esquecida.

 A população de Maragogipe precisa ser estimulada a buscar a memória coletiva em sua história oral ou documental, no sentido de resgatar uma expressão cultural que vem se perdendo no tempo: mandus e máscaras produzidas a partir da técnica do papel maché.

 O Carnaval de Maragogipe tem sua peculiaridade no uso de máscaras e alegorias artesanais e “bandas de sopro”, tradição que deve permanecer em sua essência, espontânea e singular.

 Observação: o primeiro Carnaval de Maragogipe foi em 1897 por  iniciativa da Terpsicore que na ocasião criou o Club Carnavalesco Filhos da Terpsicore.

 

 ABILIO UBIRATAN/fev/2023