Carnaval de Maragogipe no tempo
“Maragogipe ainda conserva a tradição dos mascarados, pelas formas
artesanais de produzir fantasias, de patrocinar o riso e promover a
representação da vida cotidiana”.
Na
década de 1920, para fixarmos os cem últimos anos, foram memoráveis os inúmeros
cordões, inclusive de mulheres, que se deleitavam aos prazeres da vida terrena,
alem da pompa dos clubes: Amigos do silencio e Deustch club (clube dos
alemães), do bloco dos caipiras, do Rancho do jacaré e do concurso da
filarmônica Dois de Julho, este direcionado à elite maragojipana.
Na
década de 1930, nota-se, nas ruas de
Maragogipe, os cordões das Hespanholas, Assustados e dos Nagôs; ternos da
Esperança, Marujas, Bonecas, Turcas e A Fauna; rancho do Macação, mascarados,
pierrôs, colombinas e, ainda, passeatas promovidas pelas filarmônicas locais..
A
presença de inúmeros mascarados, em grupos ou isolados, na década de 1950, entrado
nas casas, era muito comum. Foram registrados nessa época os blocos: Tiro ao
Alvo (composto apenas por mulheres), um outro organizado pelo Sr.Vicente
Peixoto e o das Garrafas. Também nessa época eram realizados bailes à fantasia
na sede da Filarmônica Dois de Julho, Associação Atlética e Radio Clube. Também
na mesma época tínhamos o Trio Elétrico Maragós de Dica e o bumba-meu-boi do
Angelo “inspetor”. Á medida em que os
bailes em clubes ganham visibilidade, os cordões e blocos, ranchos e ternos vão
desaparecendo.
Para
que não haja perda desse aspecto dos carnavais do passado é preciso que haja
incentivo à população local para a valorização e fortalecimento da memória
cultural e histórica desse aspecto do nosso carnaval, não deixando que
desapareça uma simbologia que está ficando esquecida.
A
população de Maragogipe precisa ser estimulada a buscar a memória coletiva em
sua história oral ou documental, no sentido de resgatar uma expressão cultural
que vem se perdendo no tempo: mandus e máscaras produzidas a partir da técnica
do papel maché.
O
Carnaval de Maragogipe tem sua peculiaridade no uso de máscaras e alegorias
artesanais e “bandas de sopro”, tradição que deve permanecer em sua essência,
espontânea e singular.
Observação:
o primeiro Carnaval de Maragogipe foi em 1897 por iniciativa da Terpsicore que na ocasião criou
o Club Carnavalesco Filhos da Terpsicore.
ABILIO
UBIRATAN/fev/2023