Corria o ano de 1643 e a aldeia era uma agitação só com a
notícia de que o novo dono do lugar em breve chegaria com toda a sua família. Assim,
por dias e dias não se falava em outra coisa até que finalmente, chegou a nova
comitiva: o colonizador Bartolomeu Gato, sua esposa D. Isabel e seu filho único
Gonçalo e mais toda a criadagem e ainda o irmão do colonizador o Pe. Gaspar.
Acomodados os novos habitantes, pois as casas para abriga-los
já estavam prontas uma vez que bem antes vieram os metres de obra e pedreiros
para esses preparativos das moradas para o novo senhor e seus familiares e
agregados.
Logo o colonizador se inteirou da vida no povoado, gostos e
costume dos seus moradores.
Ficou sabendo que existia já uma pequena capela de taipa coberta
de palhas na qual eram feitas as celebrações religiosas. E que o padroeiro do
lugar era São Gonçalo do Amarantes. Ai então teve
a ideia de propor a substituição do mesmo pelo santo de sua devoção e do qual
deram-lhe o mesmo nome. Como o assunto era delicado e carecia de muita habilidade
para conseguir o intento, então ele teve a ideia de colocar uma imagem de São
Bartolomeu no alto da península onde se situa a matriz de São Bartolomeu e
quando o dia amanheceu os que cedo iam para o trabalho, logo se espantaram com
o santo achado.
Em época em que a fé removia montanha, logo as beatas do
lugar organizaram procissão e entoando cânticos e ladainhas, guardaram o santo
achado na capela existente e foram levar ao novo patrão a novidade do ocorrido.
Essa notícia correu o povoado como rastilho de pólvora e assim
todos ficaram sabendo. Ai então, o colonizador Bartolomeu Gato, visando atingir
seu objetivo, propôs que a substituição fosse feita e o padroeiro trocado pelo Santo
de sua devoção: São Bartolomeu. Todos concordaram e o colonizador feliz com o
ocorrido se comprometeu a ir a Portugal e conseguir junto à coroa uma ajuda
para construção de uma grande igreja. E assim foi feito.
Os recursos foram conseguidos e de imediato a igreja começou
a ser construída tornando-se a construção mais importante da Cidade de
Maragogipe, recentemente recuperada pelo IPHAN e que, no nosso modesto
entendimento, representa o MARCO ZERO de
Maragogipe.
AbÍlio Ubiratan