Hildérico Pinheiro de Oliveira nasceu a 12 de junho de
1921 na localidade de Água Comprida, hoje
município de Simões Filho, região
metropolitana de Salvador. Filho de Pedro Pinheiro de Oliveira e de Egídia Figueiredo de Oliveira. Pouco depois de nascido
Hildérico foi trazido pelos pais para Salvador porque estava muito doente e sobreviveu por pouco. Nessa ocasião foi
batizado às pressas na Igreja de Santana. Já tinha o padrinho escolhido mas não
tinha madrinha e o padre então
determinou pedir para ele a
proteção de Senhora Sant' Ana que fivou sendo sua madrinha. Sua
mãe faleceu quando ele estava com 2 anos de idade . A partir
daí o pai o levava para onde ia e acabou
ficando algumas vezes na cidade com a
família do padrinho Joaquim Leal. Algum
tempo depois, seu pai Pedro casou-se com
Etelvina Leal, irmã de Joaquim que, junto com a mãe, dona Maria dos Anjos o
criaram como filho. Hildérico fez o
curso primário no Instituto Baiano de Ensino, dirigido pelo professor Hugo Balthazar da Silveira e que
funcionava onde hoje está situado o Jardim Baiano no bairro de Nazaré. Nesse colégio Hildérico
tornou-se amigo de Hamilton
Nolasco que foi como um irmão para ele
por toda a vida. Hildérico completou seus estudos no Colégio Estadual da
Bahia e logo depois em 1940 entrou para a Escola Politécnica onde se formou Engenheiro Civil. Nessa época conheceu Juvenil Moraes Santos, maragogipana que também estudou
algum tempo no Colégio Estadual da Bahia,
hoje Colégio Central, e que era
prima de um grande amigo dele e
começaram a namorar vindo a se
casar em 30 de dezembro de 1947.
Ainda na década de 1940
Hilderico já ensinava matemática
no Colégio Estadual da Bahia e foi
convidado para trabalhar no serviço de Construção de Escolas
da Secretaria de Educação e
Saúde cujo secretário era Anisio
Teixeira, com quem trabalhou por muito tempo em órgãos diversos.
Hilderico com essa experiência adquirida
ao trabalhar com Anísio Teixeira
interessou-se muito por questões
ligadas à educação e até o fim da sua vida além de trabalhar com planejamento de construção de prédios escolares ,preocupou-se
sempre com a forma como a
educação pública se dava ,com a formação de professores e com o alcance que a
educação pública precisa ter. Foi professor do ensino medio
por concurso, ensinando matemática no Colégio Estadual da Bahia, mais tarde
também professor universitário, alcançando o grau de catedrático na cadeira de
Construções Civis e Arquitetura na Escola Politécnica da UFBA em 1961. Em 1969 fez um estágio de
estudo e observação sobre Processos de
Construção Industrializada no Laboratório Nacional de Engenharia Civil em
Lisboa, Portugal. E em 1995 recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia. Seu
trabalho, tanto como engenheiro, como educador
podem ser vistos nos anexos.
Em sua vida familiar Hilderico
sempre foi carinhoso, cuidadoso,
em geral bem humorado apesar de severo nos seus princípios e valores, que soube
muito bem transmitir a seus filhos, Paulo Cezar e Maria Clara e mais tarde aos quatro netos Alexandre,
Felipe, Cláudio e Ronaldo
Como era casado com uma
maragogipana, sempre se interessou pela vida na cidade de Maragogipe, onde ia
sempre visitar os sogros e parentes.
Mais tarde a política do município também lhe dizia respeito uma vez que seu
cunhado Bartolomeu Teixeira ali foi prefeito. E a educação no município também
foi uma preocupação dele.
Entre 1967 e 1971 Hildérico foi diretor
na Bahia do Plano Nacional de Educação
que era responsável pela
construção de escolas em todo o estados,
ocasião essa em que se construiu essa escola em Maragogipe. Hildérico sempre foi um entusiasta das ideias de Anisio Teixeira principalmente a ideia da Escola Parque que visa proporcionar uma educação
integral e que ajuda a preparar a criança para
uma vida adulta onde ela pode ver as possibilidades e as potencialidades do seu futuro. E ele trabalhou no projeto da
única Escola Parque que foi construída na Bahia. A vida de Hildérico foi em grande parte dedicada à educação, tanto quando ligada à
construção de escolas quanto com a elaboração de ideias
obra melhor viabilizar a
educação pública. Já no hospital, depois
de uma cirurgia, cujo mau resultado resultou em sua morte, ele trabalhou num projeto de reeditar um livro de Anisio Teixeira e o
deixou pronto para isso. Esse projeto foi realizado com o
auxílio e a dedicação de um amigo querido
o Prof José Nilton, proprietário
e diretor do Colégio Apoio que através
da gráfica do Colégio publicou o
livro Ensino no Estado da Bahia -Anísio Espínola
Teixeira. Esse foi o último trabalho de Hildérico o que demonstra seu amor
pela educação. Ele faleceu no dia 5 de
setembro de 2000.
Agradecermos à família do sdaudoso Dr. Hildérico Pinheiro pelo texto acima.