Maragogipe é uma Cidade Hospitaleira, possui diversos atrativos históricos, arquitetônicos, culturais, naturais. Encravada no recôncavo baiana, distante 130km da Capital Salvador, tem cerca de 47 mil habitantes (estimativa IBGE) e distingue-se por esses inúmeros atrativos e notadamente por possuir uma vasta área de manguezal que circunda toda a cidade, fonte natural de peixes, crustáceos e mariscos razão da sua culinária rica e especial.
Para entender sua história é preciso retornar no tempo a
partir da construção da Igreja Matriz de São Bartolomeu (IPHAN 1643/1658). Em torno
da majestosa igreja surgiu a cidade que sem plano de construção deu origem a um
conjunto arquitetônico diverso espalhado por ruas estreitas e ladeiras, imprimindo
a esse conjunto um aspecto muito particular, como ocorreu com muitas cidades da
mesma época.
Por falta de um plano arquitetônico
muitas construções foram demolidas ou modificadas na cidade sem consentimento
dos órgãos responsáveis pelo acervo tombado, provocando uma descaracterização
do seu acervo. Hoje muito pouco do casario antigo dos séculos XVII e XVIII
ainda existe. Em torno da igreja, centro do sitio histórico, ainda temos
algumas construções de grande valor histórico arquitetônico. No Largo da Matriz
temos: a Casa Paroquial, o Fórum Raul Chaves e a Casa da Cultura. Na Praça Cons. Rebouças, vizinha ao Largo da
Matriz, temos o prédio da Casa de Câmara e Cadeia (IPHAN 1727) local onde
esteve preso o Gal. Pedro Labatut quando das lutas pela independência da Bahia
que culminou como 2 de Julho de 1823, o prédio do antigo Miguesi, a fachada da
antiga Danneman e o prédio sede da Filarmônica Terpsicore Popular.
IGREJA MATRIZ DE SÃO BARTOLOMEU
A matriz ocupa uma área de 1749 m2. Sua fachada tem uma porta
central em madeira de lei trabalhada, ladeada
por duas outras menores também do mesmo feitio. Na altura do coro temos quatro
janelas estilo guilhotina, encimadas por um frontão sobre o qual existe uma
cruz. Completam a sua fachada duas torres encimadas por pirâmides embrechadas
de pedaços de louças. Em cada uma das torres existe um terno de sinos que por
muitos anos fizeram parte dos sons da cidade, pois, tinham as mais diversas
funções: marcavam as horas; avisavam quando havia falecimento ou outro evento
que merecesse chamar atenção da população. Nas celebrações religiosas eles
tinham a missão de “falar com os anjos”, mormente nas “festas de Agosto” como
os antigos se referiam à Festa de São Bartolomeu. No momento os sinos são
tocados em momentos esporádicos, estão quase silenciosos em razão do
politicamente correto já que, para uns os sinos produzem poluição sonora, sem
atentarem para os carros de sons que infernizam a nossa vida e não há quem os
coíbam. Sinais dos tempos!
O interior da matriz é belo. Seus altares, em numero de seis
estão distribuídos pelo seu interior. Há também duas capelas laterais: uma do Santíssimo
Sacramento e em frente a outra do Sagrado Coração de Jesus. Completando o
conjunto em frente à entrada fica o altar mor, local onde está entronizada a
imagem de São Bartolomeu. Nas laterais do corpo da igreja existem dois púlpitos
em estilo sustentados por pedras de cantaria e duas sacristias com móveis em
estilo rococó e neoclássico. O coro e tribunas da nave são guarnecidas por
balaústres de jacarandá. O forro na nave principal é estilo gamela. E nas
sacristias é em estilo caixote. A nossa matriz possui notável acervo de
imagens, móveis e prataria.
A respeito do tempo de construção muito ainda vai se discutir.
Fato é que não importa o tempo que se esperou para que ela ficasse pronta. A
Matriz de São Bartolomeu é um dos templos mais importantes do Estado da Bahia e
cartão postal de Maragogipe. Todavia, isso não impede que seus altares estejam
carentes de reparos a fim de que não se perca tão importante relíquia religiosa
e arquitetônica. Em seu interior já se realizaram pomposas celebrações e o
louvor ao Padroeiro São Bartolomeu. Memoráveis acontecimentos de demonstrações
de fé de um povo que não perde a fé em seu patrono. Povo algum reverencia seu protetor
como mais devoção e alegria. No intimo do coração de cada maragogipano há a
certeza de que quem vive sob a proteção do Ínclito Apostolo São Bartolomeu,
qualquer que seja a provação, estará protegido.
PAÇO MUNICIPAL (Prédio da CÂMARA DE VEREADORES)
Situa-se em um dos pontos mais elevados da cidade. A Casa de
Câmara e Cadeia foi erguida na década de 1730 seguindo a tradição desenvolvida
em Salvador, em meados do século anterior, que apresenta pórtico arqueado, em
quase todo o edifício, onde se realiza a feira semanal. No térreo, funcionava a
Cadeia e no sobrado, a Câmara. O edifício destaca-se por suas características
arquitetônicas, de proporções harmônicas. No frontispício, uma galeria de arcos
plenos no térreo é encimada por janelas de púlpito com guarda-corpo entalado e
coroado por uma espadana (estrutura/muro que se prolonga verticalmente) sobre o
telhado.
Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE
CASA DA CULTURA
O prédio onde funciona a Casa da
Cultura, foi por muitos anos de propriedade da Suerdieck e nele funcionou por
muito tempo uma unidade fabril até que
nos idos de 1993, após o encerramento das atividades da mesma, no ano anterior,
foi dado em comodato à Prefeitura que após realizar as modificações necessárias aí instalou a Casa da Cultura e a
Biblioteca Municipal.
Fórum RAUL CHAVES
O prédio onde funciona o fórum da cidade foi construído em 1886 pelo português Manoel Vieira de Melo. Ali foi instalada a primeira fábrica de charutos de Maragogipe fundada em 1852, bem antes da Suerdieck. Esse prédio foi adquirido pela Prefeitura depois de ser propriedade de Suerdieck que substituiu a fábrica dos Vieira de Melo. O fórum foi inaugurado no dia 28/12/1993 e recebeu o nome de um dos renomados juristas da Bahia Dr. Raul Chaves fato que descontentou uma parcela da população local que queria que o mesmo recebesse o nome do maragogipano ilustre Cons. Antônio Pereira Rebouças.
Prédio da FILARMÔNICA TERPSYCORE POPULAR
(Resumo)
Prédio da FILARMÔNICA 2 de JULHO
(Resumo)