O primeiro
colonizador português das terras onde hoje está a cidade de Maragogipe foi
Álvaro da Costa, filho do 2º Governador Geral Duarte da Costa (1553-1558) que
recebeu a sesmaria de Peroaçu para nela instalar os primeiros engenhos de
açúcar. O novo colonizador não logrou êxito em seu intento e a sesmaria ficou
esquecida por quase cem anos. No ano de 1640 outro português, de nome
Bartolomeu Gato, adquiriu a posse e propriedade da sesmaria de Peroaçu e tão
logo tomou posse mudou o padroeiro do lugar que passou a ser São Bartolomeu,
nascendo assim a devoção que venceu os anos e chegou aos nossos dias.
A Freguesia de
São Bartolomeu foi criada em 1649 segundo o historiador maragogipano Osvaldo
Sá. Já outro historiador Carlos Ott diz que a Freguesia de São Bartolomeu de
Maragogipe foi criada em 1640. Mas, no livro de registro das freguesias de nº
63, Laboratório Reitor Eugenio de Andrade Veiga a criação da freguesia só
ocorreu em 1676 por ocasião do desmembramento da Freguesia de N.S. da Ajuda de
Jaguaripe, o que deixa o assunto controverso.
Escolhido o
novo padroeiro, o colonizador Bartolomeu Gato tratou de construir uma grande e
majestosa igreja para o santo de sua devoção São Bartolomeu. Ai então nasceu a
devoção a são Bartolomeu de Maragogipe no ano de 1640. Uma devoção que é maior
que tudo. Uma força capaz de vencer dificuldades; capaz de dar força e
vitalidade ao povo bom o hospitaleiro
dessa cidade, tornando-o alegre e solidário.
Dessa forma
antes de ser uma unidade político-administrativa, vila ou mesmo cidade, Maragogipe foi Freguesia de São Bartolomeu de
Maragogipe, por proposta do Vice-rei Dom
José de Mascarenhas, Marquês de Montalvão, no ano de 1640. E somente a partir
de 1724 quando Maragogipe passou à condição de Vila da Freguesia de São
Bartolomeu de Maragogipe,
passou a ter as autoridades costumeiras, ocasião em que teve inicio a construção da Casa de Câmara e Cadeia, marco
histórico da cidade, inaugurada em 1727.
Uma informação
última que também deve ser destacada é
que a Irmandade de São Bartolomeu foi fundada em 1851 e a festa do
Padroeiro antes da existência da
irmandade, foi sempre feita pela população local que escolhia entre seus habitantes o mais destacado,
considerado piedoso e probo, a quem
cabia coordenar a realização da festa.
Benedito
Jorge C. de Carvalho
JUL/2018/BJ