A primeira igreja de
Maragogipe foi feita de pau a pique e coberta de palhas, isso tão logo os
primeiros colonizadores aqui se estabeleceram na época da doação da Sesmaria de
Peroacu a Álvaro da Costa, filho do 2° Governador Geral Duarte da Costa. Relatos
da época apontam que o padroeiro instalado na modesta capela foi São Gonçalo do
Amarantes, substituído depois que Bartolomeu Gato adquiriu a Sesmaria, em
1640, e nela se instalou com sua família e serviçais, tendo prometido a
construção de uma bela igreja se o padroeiro fosse mudado para São Bartolomeu,
santo que lhe emprestava o nome.
Até se efetuar a
troca do Padroeiro, surgiu muito falatório e muita estória,
motivando consequentemente o aparecimento das lendas. Quem nunca ouviu falar no
aparecimento de uma imagem em um descampado da área onde está atualmente a
matriz? Pois é, e aquela outra do aparecimento de um homem moreno, alto,
cabelos cacheados lhe caindo aos ombros, feições delicadas, corpo rubro como
que banhado em sangue, sobre uma pedra, tendo na mão direita um facão,
visão contada pelos escravos quando iam para o eito da cana? Foram essas lendas
que reforçaram o desejo de mudança de padroeiro por parte do novo proprietário
Bartolomeu Gato e o seu compromisso de para ele construir uma grande e bela
igreja, empreitada iniciada em 1643 e terminada em 1658, segundo o IPHAN (vide
Termo de Tombamento).
Certo é que o padroeiro
foi trocado e a igreja com muito trabalho e muita luta foi construída para
alegria dos maragogipanos, reinando nela há mais de trezentos anos o querido e
venerado São Bartolomeu, nosso querido padroeiro.