LEMBRANÇA DO "JEGUE TRIO"
Festa em Maragogipe é coisa de toda
hora e todo dia. Aí o espírito festeiro do povo se manifesta em qualquer dia e
a qualquer hora, não precisa marcar nada, basta alguém pegar uma lata velha e
sair por aí batucando que sempre haverá quem o acompanhe e logo logo se forma
uma multidão atrás da gandaia. Sempre foi assim.
.
Na década de 50 do século passado
criou-se na capital do estado o trio elétrico, sucesso até os dias de hoje. A
invenção de três amigos sobre uma "fóbica" caiu no gosto popular e a invenção
ganhou o estado. Então, por volta de 1955 chegou em Maragogipe o trio de Dica,
Quinande e Cândido. Foram anos e anos de memoráveis carnavais até
que o “trio de Dica” passou a ser conhecido e sair para animar os
carnavais de outras cidades deixando um vazio muito grande em nossos carnavais
tradicionais. Com o intuito de suprir a ausência do “trio de Dica” um grupo de
amigos teve a ideia de inovar e criaram um “jegue trio”. Isso mesmo! Sobre um
pobre jegue colocaram os projetores de som e aparelhagem enquanto que os
músicos acompanhavam, a pé, tocando seus instrumentos fazendo a alegria do
povão, provocando alegria e muito riso pela originalidade da brincadeira. Essa brincadeira por ter caído no gosto
popular durou muitos e muitos carnavais, até os memoráreis em que os prefeitos
da época tentaram acabar com o Carnaval de Maragogipe e não conseguiram, pois,
o “Jegue Trio”, justiça seja feita, fez parte da resistência. Hoje não mais
temos notícias do “Jegue Trio”. Lamentamos a sua falta não somente no carnaval,
mas em muitos eventos populares pela ruas da Patriótica Cidade de Maragogipe.
Assim, o “Jegue Trio” ficou na
lembrança com travo de saudade e nos dias atuais ficou em seu lugar o império
do barulho com músicas de gosto duvidoso e que não distrai, não alegra, só causa
aborrecimento. Até quando ninguém sabe!
Abílio
Ubiratan