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Panorâmica de Maragogipe

sábado, 30 de dezembro de 2023

Causos do Xexéu

 Estória dos irmãos pescadores


Ouvi muitas vezes meu avô contar estórias do seu tempo de pescador. Das muitas que ouvi uma ainda guardo na memória mesmo depois de tanto tempo.

Dizia ele que entre os seus companheiros de profissão existia um apelidado de Xexéu que todos conheciam porque era um exímio contador de lorota.

Certo dia o tal do Xexéu aproveitando o momento em que todos estavam no porto arrumando as canoas para o dia seguinte e contou o seguinte caso:

Faz tempo existia no bairro dois irmãos que adoravam pescar mesmo não sendo pescadores profissionais. Saiam todo dia na boca da noite para uma pescaria e de vez em quando conseguiam pegar um peixe.

Certa feita foram pescar e depois de muitas horas de suvela, de repente, levaram um grande puxão. Lutaram por mais de hora até domar o monstro que finalmente conseguiram trazer para a superfície. Mesmo sendo noite escura conseguiram ver quando o grande peixe boiou que havia algo estranho. Foi então que perceberam tratar-se de um grande mero de mais de cem quilos e que trazia nas costas um pequeno coqueiro. Com esforço trouxeram o peixe para junto do barco e nesse momento o Fernando pegou uma faca tipo peixeira e de um golpe cortou o coqueiro tente ao peixe. Ao receber o certeiro golpe o peixe deu uma rabanada e desferrou-se do anzol e desceu para as profundezas do local.

Como troféu da aventura Fernando trouxe para casa o pé de coco e plantou-o no quintal que hoje é um belo coqueiro produzindo belos frutos.

Após contar esta estória o Xexéu ainda completava dizendo que o pobre do mero engoliu um coco já germinado razão pela qual o mesmo se desenvolveu no buxo do peixe e brotou no.lombo do mesmo  e que graças aos irmãos Fernando e José ele se livrou do incômodo e o coqueiro está plantado em seu quintal como prova da façanha. Ainda há quem diga que Xexéu é mentiroso.

Eta povo incrédulo!


Abílio Ubiratan 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

PEDRA DE RUMO


MARCO DA ÉPOCA DA SESMARIA


Certa feita em minhas andanças pelo Baixão do Guaí encontrei uma pedra que me chamou atenção, pois era lavrada em formato quadrangular e tinha símbolos e letras gravadas nas duas faces opostas. A primeira reação foi fotografá-la para documentar o achado e pesquisar para encontrar uma explicação. 

O tempo passou e um dia, por acaso, encontrei a tal fotografia e então comentei com um colega de trabalho que também achou interessante. O colega fez comentário com um amigo e a existência da tal pedra chegou ao conhecimento do Prefeito da época que me convidou ao seu gabinete para conversarmos sobre a mesma. Mostrei-lhe  a foto e ele se interessou mantendo contato com um amigo um velho Prof. de História que examinou a foto e concluiu ser uma pedra de rumo, afirmando inclusive que deveria haver outras no mesmo sítio seguindo em linha reta os pontos cardeais, principalmente o nascente e o poente. Pesquisa posterior foi feita e outra foi encontrada distante centenas de metros ao poente. 

A primeira encontrada foi trazida para a beira da estrada vicinal, e fincada à beira do rio perto da casa da fazenda. Criou-se um projeto de construção de uma grade de ferro para proteção do referido março. O prefeito saiu, o gradeado não foi construído e algum trampo depois passando no local, constatei que a pedra ainda estava lá, porém adernada, pois estava sendo utilizada para amarrar as montarias do proprietário da fazenda. Acreditamos que já não exista mais. Coisas de Maragogipe.