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Panorâmica de Maragogipe

domingo, 26 de novembro de 2023

COMPLETANDO INFORMAÇÕES

 NOTÍCIA SOBRE OS CHAFARIZES EM MARAGOGIPE 


Em 22 de maio de 1890, através de contrato firmado entre o Conselho Municipal de
Maragogipe e o coronel João Primo Guerreiro, foi fundada a Empreza Aquária
Maragogipana. A finalidade da empresa era o fornecimento de água potável à cidade, com o represamento do rio Quelembe. O prazo de concessão foi de sessenta anos, que terminaria em 25 de março de 1952. O coronel cumpriu o contrato em parte, fornecendo água à cidade até 1912, quando transferiu a concessão para Vicente Lins Ferreira do Amaral. O novo empresário realizou melhorias no serviço e tempo depois a empresa foi transferida para Dácio Correia do Carmo, que construiu outro açude para servir de auxiliar em período de escassez de água. O empresário Dácio Correia do Carmo, por sua vez passou a concessão a Erotildes José da Silva, e este no ano de 1942 cedeu os seus direitos de concessionário a Oscar de Araújo Guerreiro. Em 1952, com o fim do prazo de concessão, a Empreza Aquária Maragogipana foi entregue à Prefeitura Municipal para administrá-la. 

Até o início da década de 1930, a empresa de abastecimento de água serviu com
regularidade à população. Quem não possuía pena ou meia pena d’água, usava os chafarizes instalados em diferentes pontos: na convergência da Rua Santana com a Rua Macêdo Costa, na praça Municipal, Rua Nova do Comércio, Rua do Cai-já (ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré) e Praça Brigadeiro Seixas.


Assim decorreram desenas de anos, até que depois da revolução outubrista de 1930,
por motivos de melhoramentos das praças e ruas citadas os tais chafarizes foram
demolidos, como cousa obsoleta.
Todavia nenhuma outra providência fôra tomada para substituir aquelas fontes
públicas de grande serviço à população, mórmente à pobresa72.


QUE É TRADIÇÃO?

 O BANDO ANUNCIADOR EM TEMPO DE PANDEMIA 

Por Benedito Jorge C. de Carvalho

Para os amigos que nunca sairão das minhas lembranças.

Pelo segundo ano consecutivo, por força da pandemia, não tivemos a realização do Bando Anunciador da Festa de São Bartolomeu, como manda a tradição. Diante dessa situação me fizeram a indagação: que é uma tradição? Em se tratando de religião podemos afirmar que é uma forma de manter os costumes e a cultura de uma determinada religião para as futuras gerações. O exemplo mais palpável que temos é aquele que aconteceu, em 1989, quando deixou de existir mesa administrativa da citada irmandade e a festa passou a ser feita por uma comissão de festas e serviços paroquiais. Como foi uma mudança brusca a população levou um choque, protestou por um tempo, mas aos pouco de adaptou ao novo feitio para a realização da festa e, apesar dos protestos, seguiram-se os novos rumos. 

Bom que os dirigentes atuais da igreja e da diocese estão retornando à velha tradição e reorganizando as irmandades tradicionais, no nosso caso irmandades de mais de três séculos, buscando retomar velhas tradições religiosas que nunca deveriam ter sido mudadas porque dão mais solenidades às celebrações e mantém viva a nossa cultura, que convenhamos, não deve ser mudada ao bel prazer de uma pessoa ou pequeno grupo de pessoas que acham que “tradição se acaba uma e se cria outra” sem nenhum compromisso com a história. Caso seja adotado pensamento tão simplório logo tudo estará mudado e a originalidade e beleza de nossas tradições estarão sepultadas, e porque não dizer, jogadas no esquecimento.

Aproveitamos ainda nesse pequeno comentário para lembrar outra mudança introduzida no nosso bando anunciador. Quem se lembra de quando o bando deixou de ser realizado às 4 horas da tarde e passou para ser realizado às 9 horas da manhã? Se não me falha a memória em 2014, apesar de existir a mistura da Comissão de Festas e Funcionários da Prefeitura, desde 2001, cada qual com sua camiseta alusiva ao evento. Pois bem, por que somente em 2013 viram que tal mistura não era boa para o propósito da festa? Aqueles que registram nossas festas em fotografias terão as respostas comparando as duas épocas.

Para que o presente comentário não fique muito grande e ganhe feição de artigo de jornal vamos encerrar transcrevendo o que colhemos num dos livros do historiador Osvaldo Sá a propósito da realização do Bando Anunciador da Festa de São Bartolomeu: 

“Ás 4 horas da tarde reuniu-se o bando no largo do Saboeiro e daí, tendo na frente um carro condignamente ornamentado, aonde iam os músicos, partiu ele a percorrer as diversas ruas, como é praxe, marchando duos a duos, na melhor ordem possível, sendo nesta ocasião distribuído o programa pelas famílias que se achavam nas janelas e mais pessoas que o desejaram.” Ainda em outro trecho: “O número de mascarados que percorreram as ruas, foram regular, alguns se distinguiram pela originalidade dos trajos, e outros pela boa montaria”.

(O registro acima foi feito pelo Jornal a Situação, editado em nossa cidade, do dia 09 de agosto de 1879. Mantida a grafia original da época).