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Panorâmica de Maragogipe

domingo, 28 de agosto de 2022

MAESTRO ALÍPIO PEREIRA REBOUÇAS

 



O Maestro Alípio Pereira Rebouças (1851-1915) e sua esposa Anna Isabella Rebouças. Fotografia do final do Século XIX. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia.


Alípio Rebouças foi um compositor, professor, flautista e saxofonista baiano. Membro da prestigiada família Rebouças de Maragogipe, Bahia, Alípio era primo dos Engenheiros André Rebouças e Antônio Rebouças. 


Junto de seu Pai José Pereira Rebouças e seu irmão Luís da França Pereira Rebouças da Cruz, estudou música na Europa, passando por Paris, Roma, Nápoles e Milão.


Alípio Rebouças foi um dos primeiros saxofonistas do Brasil, sendo aluno do prestigiado maestro Rossini. Se casou com a jovem italiana Anna Isabella em 1865. De volta ao Brasil trabalhou como flautista na Banda de Música do 110° Batalhão da Guarda Nacional.


Como instrumentista foi muito apreciado pelo Maestro Carlos Gomes, quando levou a Ópera "O Guarani" para Salvador.


Fez parte do grupo que, com Adelelmo Nascimento, viajou até ao Pará, com uma companhia lírica


Como Compositor escreveu: seis missas festivas e uma de requiem; diversos dobrados. ; Maracatus e polcas. Lecionou em colegios particulares, assim como a Filarmônica Carlos Gomes, e a Orquestra da cidade Itaparica.  Fonte: Artistas Baianos. Manuel Querino


sábado, 27 de agosto de 2022

BENS TOMBADOS EM MARAGOGIPE

 

Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Maragogipe (BA)

Forte da Barra do Paraguaçu (Forte do Alemão, Forte da Salamina) - O Forte, situado na margem direita do Rio Paraguaçu, se transformou em ruínas e acabou invadido pela vegetação. A construção atual é, provavelmente, do início do século XVIII refeita sobre outra, da primeira metade do século XVI, não havendo consenso quanto aos seus fundadores, ora atribuindo-se a fundação aos holandeses, ora aos portugueses. É uma fortificação tipicamente marinha, flanqueada por água em três dos seus lados, desenvolvida em forma de hexágono com um só ângulo reentrante e parapeito à barbete, construída em alvenaria de pedra com guaritas em tijolos. Tinha a função de impedir o acesso dos inimigos ao Iguape e seus engenhos e às vilas de Maragogipe e Cachoeira, no sertão da Bahia.

Fazenda de São Roque: casa grande e capela - A casa grande do antigo Engenho da Barra de São Roque está situada próxima à margem direita do Rio Paraguaçu e, entre ela e a capela, implantada no ponto mais elevado do sítio, desenvolveu-se a vila. Do engenho, se tem notícias desde meados do século XVII, pertencendo então a Cristovan Cavalcanti e Albuquerque, senhor de vários engenhos. A casa grande e capela parecem datar do final do século XVIII, devido às suas características tipológicas. É um dos exemplares mais antigos, na Bahia, das casas de engenho contornadas por varandas em três lados, um artifício de adaptação portuguesa aos trópicos. A planta retangular se organiza a partir de um corredor longitudinal, com salas voltadas para o avarandado, quartos e alcovas ao centro e serviços e jantar nos fundos. Recoberta por telhado em três águas, destaca-se a casa grande por sua horizontalidade, o que é enfatizado pelas varandas sustentadas por colunas e outros elementos arquitetônicos raros na Bahia.

Igreja Matriz de São Bartolomeu - É um dos primeiros templos baianos e a data de sua construção é atribuída à segunda metade do século XVII. Situada no setor mais alto da cidade, de características monumentais e grandes proporções, a Igreja apresenta planta em cruz latina, contornada por arcarias abertas para o exterior, inclusive o transepto, sobre as quais se situam as tribunas. Duas sacristias superpostas por consistórios flanqueiam a capela-mor. Destaca-se no corpo central, a portada em cantaria e folhas almofadadas, flanqueada por outras duas semelhantes que são encimadas por janelas tipo guilhotina, no nível do coro. Seu interior é rico, com altares em talha rococó e neoclássico e ainda possui grande acervo de imagens, telas, prataria e móveis.

Paço Municipal - Atual Prefeitura Municipal de Maragogipe, situa-se em um dos pontos mais elevados da cidade. A Casa de Câmara e Cadeia foi erguida na década de 1730 seguindo a tradição desenvolvida em Salvador, em meados do século anterior, que apresenta pórtico arqueado, em quase todo o edifício, onde se realiza a feira semanal. No térreo, funcionava a Cadeia e no sobrado, a Câmara. O edifício destaca-se por suas características arquitetônicas, de proporções harmônicas. No frontispício, uma galeria de arcos plenos no térreo é encimada por janelas de púlpito com guarda-corpo entalado e coroado por uma espadana (estrutura/muro que se prolonga verticalmente) sobre o telhado. 

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

 

sábado, 20 de agosto de 2022

BANDO novas informações

Semana passa foi realizado mais um Bando Anunciador da Festa de São Bartolomeu de Maragogipe. Pesquisando sobre o assunto encontramos um pequeno texto que achamos capaz de enriquecer o que já publicamos a respeito do "bando". Leiam a seguir:

"Bando


Os bandos fazem parte da legislação ultramarina portuguesa, tendo sido usados nomeadamente no Brasil, em Angola, Moçambique, Goa e Timor, com maior frequência desde meados do século XVII. Eram ordens, éditos ou decretos emitidos pelas autoridades coloniais locais, principalmente os governadores e vice-reis, por vezes também pelos senados das câmaras. Eram registados por escrito, mas distinguiam-se especialmente por serem afixados e lidos em voz alta nos lugares públicos, sendo a sua leitura acompanhada do som de caixas e tambores, e de todo um cerimonial concebido para produzir efeitos de poder junto das populações. Eram também uma forma de anunciar eventos. Esta modalidade de comunicação de normas, ordens e proibições, que correspondia na Europa a uma tradição antiga, provavelmente romana, já era usada em Portugal, pelo rei e por outras autoridades, desde pelo menos o século XV, tendo sido transplantada para o império. Os bandos são uma fonte imprescindível para o estudo da administração colonial, incluindo as matérias relacionadas com a terra o território. [A: Cristina Nogueira da Silva, 2016]


Bibliografia: Magalhães 1910; Martins 2015; Roque 2012; Xavier 1840.

doi: 10.15847/cehc.edittip.2016v008"


sábado, 6 de agosto de 2022

ASSIM NASCEU A DEVOÇÃO

 




O primeiro colonizador português das terras onde hoje está a cidade de Maragogipe foi Álvaro da Costa, filho do 2º Governador Geral Duarte da Costa (1553-15558) que recebeu a sesmaria de Peroaçu para nela instalar os primeiros engenhos de açúcar. O novo colonizador não logrou êxito em seu intento e a sesmaria ficou esquecida por quase cem anos. No ano de 1640 um outro português adquiriu a posse e propriedade da sesmaria de Peroaçu  e tão logo tomou posse mudou o padroeiro do lugar que passou a ser São Bartolomeu, nascendo assim a devoção que venceu os anos e chegou aos nossos dias.

A Freguesia de São Bartolomeu foi criada em 1649 segundo o historiador maragogipano Osvaldo Sá. Já um outro historiador Carlos Ott diz que a Freguesia de São Bartolomeu de Maragogipe foi criada em 1640. Mas, no livro de registro das freguesias de nº 63, Laboratório Reitor Eugenio de Andrade Veiga a criação da freguesia só ocorreu em 1676 do desmembrada da Freguesia de N.S. da Ajuda de Jaguaripe, o que deixa o assunto controverso.

Após tomar posse da sesmaria o colonizador Bartolomeu Gato tratou de mudar o Padroeiro e construir uma grande e majestosa igreja para o santo de sua devoção: São Bartolomeu. Ai então nasceu a devoção a são Bartolomeu de Maragogipe no ano de 1643. Data do início da construção da igreja. Uma devoção que é maior que tudo. Uma força capaz de vencer dificuldades; capaz de dar força e vitalidade ao  povo bom o hospitaleiro dessa cidade, tornando-o alegre e solidário.

Dessa forma antes de ser uma unidade político-administrativa, vila ou mesmo cidade,  Maragogipe foi Freguesia de São Bartolomeu de Maragogipe, sob o comando dos padres ou melhor dizendo da igreja. E somente a partir de 1724 quando Maragogipe passou à condição de Vila da Freguesia de São Bartolomeu de Maragogipe, passou a ter as autoridades costumeiras, constituindo-se a partir daí o Conselho Municipal, órgão central da administração pública, ocasião em que teve inicio a  construção da Casa de Câmara e Cadeia, marco histórico da cidade,  inaugurada em 1727.

Uma informação última que  também deve ser destacada é que a Irmandade de São Bartolomeu foi fundada em 1851 e a festa do Padroeiro  antes da existência da irmandade, foi sempre feita pela população local que escolhia  entre seus habitantes o mais destacado, considerado  piedoso e probo, a quem cabia coordenar a realização da festa.

Benedito Jorge C. de Carvalho

JUL/2018/BJ