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Panorâmica de Maragogipe

quarta-feira, 6 de julho de 2022

MAURÍCIO REBOUÇAS

 


Retrato do Doutor Manuel Maurício Rebouças (1799-1866)

 Acervo da Faculdade de Medicina da Bahia.

Manoel Maurício Rebouças nasceu em Maragogipe, no ano de 1799 filho de um alfaiate português Gaspar Pereira Rebouças e uma escrava liberta, Rita Basilia dos Santos.

Foi irmão de José Rebouças, violinista e compositor, formado em regência musical, na Itália; Manuel Maria Rebouças, músico, que se destacou como pedagogo; e também de Antônio Pereira Rebouças, deputado e membro do Conselho de Estado. Foi também tio do abolicionista André Rebouças e do engenheiro Antônio Rebouças Filho.

Na infância, começou a trabalhar como escrevente em um cartório de notas.

Junto de seu irmão, lutou na Guerra de Independência da Bahia contra o Reino de Portugal entre 1822 e 1823 e recebeu a comenda de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro por sua contribuição a Causa da Independência da Bahia.

Fez parte de muitos combates, como o da abordagem de uma canhoneira portuguesa, e comandou uma flotilha, para apoderar-se de grande quantidade de barris de pólvora guardados em uma das ilhas da Baía de Todos-os-Santos.

Rebouças passou a servir como escrivão do Comissariado Geral do Exercito Patriótico, até a sua dissolução, com o fim da guerra. Ao final do conflito foi condecorado por bravura com a medalha da campanha da Independência.

Aos 25 anos de idade, em 1824, foi para França, onde passou sete anos e obteve o grau de Bacharel em Ciências e Letras, em seguida graduou-se em Medicina. Fazendo os mais estupendos esforços, porque lhe faltavam os recursos financeiros. Em 1831, colou o grau de doutor em Medicina, pela Universidade de Paris, onde defendeu tese intitulada “Dissertacion sur les inhumations em général”.

A tese foi publicada em Salvador, no ano seguinte, sendo o primeiro estudo publicado no Brasil, a condenar o sepultamento dentro das igrejas (como era de costume). Considerado como o mais completos trabalhos de um brasileiro sobre o assunto.

Em 1823, alforriou todos os escravos domésticos da Família Rebouças em acordo com seu irmão Antônio.

De volta ao Brasil em 1832, foi nomeado lente, por concurso, de Botânica Médica e Zoologia da Faculdade de Medicina da Bahia, assim permanecendo até sua aposentadoria em 1861. Portador de vários títulos, dos quais destacamos o de Conselheiro do Imperador e Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro. Revela Eduardo Sá Menezes que o Dr.Rebouças, escreveu volumosa bibliografia médica, hoje boa parte desaparecida, cujos originais foram submetido à apreciação do Dr. Francisco Paula Cândido, seu colega em Paris (Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia).

Revela Eduardo Sá Menezes:

“O Dr. Rebouças foi um dedicado homem de ciência e um grande patriota. Como médico e professor, com efeito, deu provas do seu valor; na qualidade de cidadão, sobretudo nas lutas da Independência, mostrou-se de um heroísmo extraordinário”

Foi também membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade de Agricultura, Comércio e Indústria da Província da Bahia.Faleceu em 1866, deixou viúva e cinco filhos

Fonte: Revista do Instituto Geografico e Histórico da Bahia./OLIVEIRA Eduardo de Sá. Memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA