Desconheço as razões pelas quais existe em nossa cidade um velho costume de não aceitar as informações, mormente aquelas referentes à história, sem questionamento e dúvidas. Vejamos, por exemplo, os anos de construção da nossa igreja matriz. Muitos teimam em afirmar que ela foi construída em 70 anos, baseados apenas nos setenta contos de réis doados pelo rei de Portugal para a empreitada. Não ligam, por exemplo, para o fato de que nas normas coloniais da época uma freguesia para ser criada era preciso que nela já existisse uma Igreja Matriz. Ora, Maragogipe foi elevada à condição de Freguesia de São Bartolomeu de Maragogipe em 1676, portanto a matriz já estava pronta nesse ano, segundo nosso modesto entendimento.
Outro ponto de divergência é a grafia do
topônimo que aqui foi adotada com o grafema “j” para agradar a um gerente de
banco, modernista, que aqui viveu entre nós. Não atentaram para o documento
assinado por nossa ABL juntamente com outras de países de Língua Portuguesa. No
citado documento, que pode ser encontrado em: www.academia.org.br, no item “XI NOMES PRÓPRIOS” no
úmero 39 encontramos:
39. Os nomes próprios
personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portugueses ou
aportuguesados, serão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes
comuns.
E no mesmo
documento mais adiante, no item:
42. Os topônimos de tradição histórica secular
não sofrem alteração alguma na sua grafia, quando já esteja consagrada pelo consenso
diuturno dos brasileiros. Sirva de exemplo o topônimo “Bahia”, que conservará
esta forma quando se aplicar em referência ao Estado e à cidade que têm esse
nome.
Onde está a
dúvida? Por outro lado em 2006, por sugestão nossa, foi feita uma consulta à
ABL e a mesma, para corroborar o mencionado documento, ainda informou que a
grafia do nome do município para ser mudado, como teimam alguns, deveria ser
submetido a plebiscito e sabemos que isto nunca ocorreu.
Então, volto a
perguntar: o que você prefere o nome próprio de batismo ou o apelido? Com a
palavra nossas autoridades.
Um grande
abraço, Abílio Ubiratan.
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