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Panorâmica de Maragogipe

sábado, 11 de maio de 2024

LEMBRANÇAS QUE ANIMAM A CAMINHADA

 Como o tempo amanheceu chuvoso não pude fazer minha caminhada. Mexendo no velho PC encontrei uma preciosidade que muitas vezes declamei nos meus primeiros  anos de escola. Confesso que me emocionei com as lembranças que tive. Aproveito para mostrar para os que não conhecem a beleza dos versos do poeta Cassimiro de Abreu.

Meus oito anos

 Cassimiro de Abreu

 

 

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!



Como são belos os dias

Do despontar da existência!

– Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar é – lago sereno,

O céu – um manto azulado,

O mundo – um sonho dourado,

A vida – um hino d’amor!



Que aurora, que sol, que vida,

Que noites de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d’estrelas,

A terra de aromas cheia

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!



Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minhã irmã!



Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberta o peito,

– Pés descalços, braços nus –

Correndo pelas campinas

A roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!



Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo.

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!



Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

– Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

A sombra das bananeiras

Debaixo dos laranjais!




domingo, 5 de maio de 2024

ANOTAÇÕES DIA DA FESTA

 

Recorte de velha anotação  sobre a festa do Padroeiro da Cidade das Palmeiras

 

“Do dia da Festa

 

A festa do Apostolo S. Bartholomeo se fará no seu próprio dia 24 de agosto de 

cada anno, ou n’aquelle em que por deliberação da Meza, esta assertar deve

ser, para o que, um mez antes da mencionada Festividade, se reunirá a dita

Meza na Sacristia, ou Consistório da sua Matriz, afim de tratar sobre tal

objeto, a respeito do qual deverá ter em vista, que esta solenidade se faça

sempre que se possa com Novenas, exposição do Santíssimo Sacramento no

dia da Festa, Missa cantada, Sermão e Procissão a ́tarde, pelas ruas d’esta Cidade, preparando-se com o maior ornato o Altar-Mor, Throno, e armação na Igreja, no qual assistirão todos os Irmãos com suas capas e tochas, e de tarde acompanharão a Procissão do mesmo modo, na qual segurarão nas varas do palio.”

 

In ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA. Inventário dos documentos do Governo da Província. II Parte. Seção de Arquivos coloniais e provinciais. Correspondência recebida de Vigários de diversas freguesias. Irmandade de São Bartolomeu de Maragogipe. Maço: 5260.

(Mantida a grafia da época)

 

APROVAÇÃO DO COMPROMISSO

O arcebispo da Bahia dom ROMUALDO ANTÔNIO DE SEIXAS foi quem aprovou na forma de lei o Compromisso da irmandade de São Bartolomeu, padroeiro da  Igreja Matriz da cidade de Maragogipe, no dia 11 de setembro de 1851.

In mesmo documento.