Imagem em destaque

Imagem em destaque
Panorâmica de Maragogipe

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A FESTA DO DIVINO EM MARAGOGIPE


 


Por Abilio Ubiratan

Para os amigos que comungam da mesma fé.

 

A festa do Divino foi instituída em Portugal no sec.XIV por influência da Rainha D. Izabel (1271-1336) que terminou canonizada em 1625 como Santa Izabel de Portugal.

Depois de se espalhar pelas colônias portuguesas a Festa  do Divino foi trazida para o Brasil pelos portugueses no ano de 1765 sendo introduzida em Minas Gerais e dai se espalhou por todas as regiões do Brasil.

Após ser instituída em Salvador se espalhou pelas cidades do recôncavo, inclusive Maragogipe isso por volta do final do sec. XVIII, ocorrendo sempre sete semanas depois do Domingo de Páscoa. As características originais foram mantidas, isto é, uma criança é coroada imperador, havendo um novenário preparatório para a grande festa, e no domingo a realização de missa festiva, com procissão até a cadeia pública, ocasião que o rei efetuava soltura de um preso comum. Em substituição à distribuição de alimentos que a Rainha Izabel determinou na origem da festa, aqui o costume é a distribuição de um pãozinho a cada participante ao término das solenidades.

domingo, 1 de agosto de 2021

BANDO ANUNCIADOR

 


Para todos os devotos do Ínclito Padroeiro São Bartolomeu

Hoje dia 1º de agosto, por ser o primeiro domingo do mês, conforme nossas tradições é dia da realização do tradicional Bando Anunciador da Festa de São Bartolomeu. Mas como ainda estamos vivendo as restrições sanitárias da pandemia do covid a população local e os devotos do nosso Padroeiro tomarão conhecimento do programa das celebrações religiosas que serão realizadas no mês devocional de forma digital.

Tudo na vida sofre modificações. Costumes e festas não escapam dessas mudanças, pequenas que sejam. O bando que anuncia “as festas de São Bartolomeu” já não é o mesmo desde sua origem em tempos bem distantes. Na sua essência algumas alterações foram feitas mantendo-se a data de sua realização sempre no primeiro domingo de agosto. O costume antigo de vir pegar o programa da festa usando animais de montaria, num município que já nasceu com mais de 500 km2 de extensão, cedeu lugar à presença de motos e carros, pois hoje há estradas por toda parte, bem diferentes dos tempos antigos onde só existiam caminhos e picadas. Os cavaleiros e amazonas que hoje tomam parte na cavalgada nem de longe lembram os do passado.  A começar pelas montarias que em nada lembram os cavalos daquele tempo sem linhagem e sem pedigree. Os animais de hoje são de raça, com pedigree, orgulho dos seus proprietários. Outro aspecto são as disputas que não mais existem. Os animais são preparados apenas para apresentações que destaquem o porte, a pelagem e a maneira de andar. Numa rememoração do que foram os “bandos” de antigamente, vejamos o que registrou o Jornal a Situação, editado em nossa cidade, do dia 09 de agosto de 1879:

“Ás 4 horas da tarde reuniu-se o bando no largo do Saboeiro e daí, tendo na frente um carro condignamente ornamentado, aonde iam os músicos, partiu ele a percorrer as diversas ruas, como é praxe, marchando duos a duos, na melhor ordem possível, sendo nesta ocasião distribuído o programa pelas famílias que se achavam nas janelas e mais pessoas que o desejaram.” Ainda em outro trecho: “O número de mascarados que percorreram as ruas, foi regular, alguns distinguiram-se pela originalidade dos trajos, e outros pela boa montaria.” (mantida a grafia original da época).

É bom salientar que para a realização dessa manifestação popular, as casas e suas gentes se enfeitavam. Cada um dentro dos seus recursos procurava melhor se apresentar em traje que lhe desse uma modesta aparência festiva. Na oportunidade misturavam-se os poderosos e endinheirados, gente do povo, operários, lavradores, pescadores, marisqueiras todos buscando melhor demonstrar seu contentamento pela realização das festividades caprichosamente devotadas ao seu Patrono São Bartolomeu.

Depois de cumprir o desfile pelas ruas da cidade distribuindo o programa da festa, objetivo principal, o cortejo se dirigia até a entrada da Matriz e ai em vivas e evocações de júbilo, o povo aglomerado rendia suas homenagens ao Santo Apóstolo, enquanto que as filarmônicas presentes executavam seus últimos dobrados e no ar os foguetes espocavam encerrando o evento preparatório da festa do padroeiro.

No mais, que tudo seja em honra e glória ao nosso Padroeiro SÃO BARTOLOMEU.

Benedito Jorge Carneiro de Carvalho